Há alguns trimestres, o Itaú Unibanco vem se notabilizando por ir ao encontro ou mesmo superar as estimativas do mercado em seus resultados, especialmente na última linha do balanço. E, ao divulgar seus indicadores mais recentes na noite desta terça-feira, 6 de agosto, deu sequência a essa agenda.

Terceiro nome entre os grandes bancos privados no mercado brasileiro a reportar seus dados nessa temporada de balanços do segundo trimestre, a instituição reforçou esse seu “novo normal” ao divulgar um lucro líquido recorrente de R$ 10 bilhões no período.

A cifra representou uma alta de 15,2% sobre igual período, um ano antes, além de um crescimento de 3,1% em relação ao primeiro trimestre. E veio levemente acima das projeções de analistas, que apontavam para um lucro líquido de R$ 9,9 bilhões.

Entre abril e junho, o retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) do banco foi de 22,4%, um crescimento anual de 1,5 ponto percentual e de 0,5 ponto percentual na comparação com o segundo trimestre de 2023.

“Estamos bastante satisfeitos com os resultados consistentes deste trimestre, que demonstram a força e a solidez das nossas diferentes linhas de negócios”, afirmou Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, em nota.

No comunicado, o Itaú citou o aumento da margem financeira com clientes como um dos fatores que mais influenciaram os resultados nesse intervalo. No trimestre, o indicador ficou em R$ 26,2 bilhões, um avanço anual de 5,4%.

Segundo o banco, a margem financeira, por sua vez, foi impulsionada pelo desempenho em dois segmentos. O primeiro deles, as receitas de serviços e seguros, que avançaram 10,4% em base anual, para R$ 11,3 bilhões, puxadas por questões como o aumento do faturamento em emissão de cartões e o maior resultado em seguros em função do aumento dos prêmios ganhos.

O segundo fator foi a carteira de crédito total ajustada, que registrou um crescimento de 8,9% sobre o segundo trimestre de 2023, para R$ 1,25 trilhão, e de 5,9% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Já o custo do crédito, de R$ 8,8 bilhões, teve queda anual de 6,7%.

A carteira de pessoas físicas teve um crescimento de 3,2%, para R$ 418,3 bilhões, enquanto a de micro, pequenas e médias empresas registrou uma expansão de 12,5%, para R$ 198,2 bilhões. Em grandes empresas, o salto anual foi de 16,3%, para 408,5 bilhões.

“O cenário positivo na qualidade de crédito, em função das safras recentes, e a consequente melhora nos índices de inadimplência justificam a redução da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa na comparação anual”, ressaltou o banco.

Entre abril e junho, o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,7%, o que equivaleu a uma redução de 0,3 ponto percentual sobre o mesmo intervalo de 2023 e ao mesmo patamar reportado no primeiro trimestre de 2024.

Em outra linha do balanço, a despesa com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficou em R$ 8 bilhões. O montante representou uma queda trimestral de 0,2% e de 6,9% sobre o primeiro trimestre desse ano.

Em outra linha, o índice de eficiência – a variável que mensura o custo de um banco para gerar receita – foi de 39,3%, uma redução de 1,1 ponto percentual na comparação com um ano antes. O indicador representou ainda o menor patamar desde a fusão entre o Itaú e o Unibanco.

De acordo com um gestor comprado no papel ouvido pelo NeoFeed, o resultado do banco foi bom, mas “dentro do esperado”. “Comparado aos seus pares, o Itaú mostrou mais uma vez consistência”, afirmou ele.

As ações preferenciais do Itaú encerraram o pregão de hoje na B3 cotadas a R$ 33,68, alta de 2,22%. No ano, os papéis acumulam uma ligeira desvalorização de 0,8%. O banco está avaliado em R$ 305, 9 bilhões.