Um dos principais destaques do terceiro trimestre da Oliveira Trust foram as notas comerciais. A plataforma de serviços fiduciários encerrou o período com mais de 1.500 operações ativas desse instrumento, processando cerca de 90 operações novas líquidas por mês – mais que o dobro da média de 30 a 40 operações mensais registrada em 2024.

"Nos 10 primeiros meses do ano, fizemos quase 900 operações novas de notas comerciais, entre títulos novos e encerrados. É um crescimento expressivo", diz José Alexandre Freitas, CEO da Oliveira Trust, ao NeoFeed.

O executivo explica que as notas comerciais preencheram uma lacuna importante no mercado, posicionando-se como alternativa mais simples que as CCBs e mais acessível que as debêntures.

"Qualquer empresa pode emitir nota comercial, não precisa ser sociedade por ações. E o processo todo foi digitalizado, tornando a emissão muito mais rápida e eficiente", diz Freitas.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 32,8 milhões no terceiro trimestre de 2025, uma expansão de 29% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado supera a média histórica de crescimento da companhia (CAGR de 22% ao ano).

O Ebitda atingiu R$ 34,8 milhões no período, alta de 13% na comparação anual, enquanto a receita líquida somou R$ 81,9 milhões, crescimento de 10%.

Outro segmento que registrou crescimento foi o de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Apesar de alguns fundos grandes terem encerrado suas atividades no período, a Oliveira Trust iniciou a administração de 26 novos FIDCs apenas no terceiro trimestre - mais da metade dos 50 fundos constituídos em todo o ano de 2024.

"A maioria desses fundos começou em agosto e setembro, então o impacto financeiro ainda não apareceu totalmente nos números, porque eles só começam a pagar em outubro e novembro. Mas em termos de operações novas, estamos muito satisfeitos", diz Freitas.

O CEO atribui esse desempenho à combinação do maior conhecimento do mercado sobre o produto, domínio da nova norma da CVM e o fim da incerteza regulatória sobre o IOF. A área de administração fiduciária, que inclui os FIDCs, registrou receita líquida de R$ 20,7 milhões no terceiro trimestre.

"O segundo trimestre foi prejudicado pela indefinição sobre o IOF. O mercado parou e esperou”, afirma o CEO.

Para 2026, Freitas projeta continuidade do crescimento das notas comerciais e dos FIDCs, além de uma retomada das emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) no segundo semestre, caso a taxa Selic recue conforme a projeção do mercado.

"Se a Selic cair para 11,75% a 12,5%, como previsto, o mercado imobiliário vai respirar muito. E vamos ver muitas operações imobiliárias surgindo", diz ele.

O executivo também destacou o potencial de crescimento dos fundos estruturados no Brasil, que representam cerca de 12% a 13% do mercado total de fundos de investimento, bem abaixo dos 20% a 30% observados em países mais desenvolvidos.