Empresa de gestão de resíduos, a Orizon anunciou na segunda-feira, 3 de julho, que celebrou um contrato de financiamento com a International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, no valor de R$ 130 milhões.

Em fato relevante, a companhia ressaltou que os recursos em questão serão destinados ao reembolso de investimentos realizados em triagem mecanizada e estações de tratamento de chorume.

Nos termos incluídos no acordo, que marca a primeira transação da Orizon com o IFC, o financiamento terá vencimento final em 15 de abril de 2031, com um ano de carência da parcela principal e pagamentos semestrais de juros, além da parcela principal.

“Nós vínhamos conversando mais de um ano sobre essa transação”, diz Leonardo Santos, CFO da Orizon, ao NeoFeed. “Eles são bastante diligentes e cuidadosos com as contrapartes e ter o selo da IFC é algo bastante relevante para qualquer companhia.”

A entrada do montante acontece em um momento no qual a Orizon começa a dar mais velocidade ao desenvolvimento de novos negócios a partir da valorização e da busca de novos destinos para o lixo recebido em seus 15 aterros sanitários – ou ecoparques, como a empresa classifica seus ativos.

Além dos aterros, que deram origem à companhia, esse portfólio inclui estruturas como a BioE, voltada à produção de gás renovável e, em especial, biometano; uma divisão de economia circular, centrada em reciclagem; e, a mais recente delas, uma unidade para a produção de fertilizante orgânico, ou “verde”.

Um dos movimentos recentes foi a separação da operação em cinco unidades com autonomia para, entre outras frentes, buscar recursos no mercado. Em entrevista ao NeoFeed na semana passada, Milton Pilão, CEO da Orizon, disse que a empresa teria novidades em até 30 dias sob essa orientação.

Santos explica que, na prática, uma parcela considerável do financiamento contratado junto à IFC envolve o reembolso de recursos que já foram aplicados pela companhia, especialmente em ecoparques como o de Jaboatão dos Guararapes (PE).

“A IFC sempre busca atrelar o financiamento a algum tipo de projeto, mas, nesse caso, boa parte envolve investimentos que, essencialmente, a Orizon já realizou”, observa. “Assim, esse é um dinheiro que vamos poder usar para apoiar o crescimento em todas essas frentes e iniciativas da operação.”

Antes do anúncio com a IFC, a Orizon já havia feito um aumento de capital, de R$ 348,2 milhões, no fim de 2022. E também um follow on, em maio deste ano, quando levantou R$ 91,1 milhões na oferta primária. Os R$ 278,1 milhões restantes marcaram a saída da Jive Investments da operação.

A IFC também vem se mostrando ativa na destinação de recursos sob a ótica do “financiamento verde” no Brasil. Em maio, o órgão assinou um contrato de R$ 800 milhões com a Neoenergia, vinculado a metas de ESG. Um ano antes, já havia reservado R$ 550 milhões para a companhia.

As ações da Orizon estavam sendo negociadas a R$ 37,98 por volta das 10h20 na B3, com alta de 1,85%. No ano, os papéis da companhia, que está avaliada em R$ 3,1 bilhões, acumulam uma valorização de 12,1%.