Após enfrentarem o aumento dos sinistros durante a pandemia, as seguradoras ligadas aos dois grandes bancos públicos do País, a Caixa Seguridade e a BB Seguridade, estão no caminho para voltar a respirar ares de normalidade no ano que vem.

Segundo projeções do Credit Suisse, as duas seguradoras deverão ter redução nos índices de sinistralidade em 2022, especialmente para os produtos ligados à vida, os mais afetados durante a crise sanitária.

Com a desaceleração dos casos de covid-19 e o avanço da vacinação, o índice da Caixa Seguridade para produtos de vida deve cair de 36% em 2021 para 30% em 2022, e a do BB, de 28% para 22%, calcula o banco suíço.

“Os astros estão finalmente se alinhando”, escreveram os analistas Marcelo Telles e Daniel Vaz, em relatório distribuído a clientes nesta quarta-feira, dia 13 de outubro. “Ambas as empresas devem se beneficiar da redução do índice de sinistralidade, principalmente nos segmentos de vida, além do crescimento saudável dos prêmios."

De olho em um cenário que se desenha mais favorável, o Credit Suisse espera que as duas companhias consigam crescer o lucro em 2022 de forma significativa, após um 2021 ainda desafiador.

No ano que vem, estimam, o lucro líquido recorrente da Caixa Seguridade deve ter avanço de 65%, para R$ 3,3 bilhões, depois de uma expansão mais tímida esperada para 2021 (11%). O lucro líquido da BB Seguridade, por sua vez, deve ter alta de 28% em 2022, para R$ 4,9 bilhões. Em 2021, deve ficar praticamente estável.

Para a Caixa Seguridade, os analistas do Credit Suisse acreditam que a empresa deve se aproveitar “do benefício de uma melhor economia nas subsidiárias de seguros e de maior contribuição dos negócios de corretagem”.

Na avaliação do Credit Suisse, as duas companhias também devem surfar o aumento da taxa básica de juros, que saltou de 2% para 6,25% ao ano em 2021 e deve continuar em alta. As seguradoras aplicam parte da receita com os segurados em renda fixa no mercado financeiro.

Com perspectivas melhores, o banco suíço acredita que as empresas estão mal precificadas no mercado de ações, embora tenha reduzido o preço-alvo de ambas, após incorporar no modelo um aumento de custo no patrimônio líquido.

A BB Seguridade, que lidera o mercado de seguros no Brasil, com 22% de participação, pode chegar a ter uma ação cotada a R$ 27,5, estima o Credit Suisse, valorização de 35% em relação ao preço de segunda-feira, 11 de outubro, quando o papel fechou cotado a R$ 20,42.

A Caixa Seguridade, que fez o seu IPO em abril e ocupa a segunda posição do mercado, com 15% de fatia, tem potencial para atingir R$ 12,5, alta de 55% em relação ao fechamento de segunda-feira, a R$ 8,08.

Nesta quarta-feira, a ação da BB Seguridade operava em alta de 2,11%, por volta das 11h20, para R$ 20,85. A companhia vale R$ 41,5 bilhões. A Caixa Seguridade era cotada a R$ 8,55, valorização de 5,69%. A empresa é avaliada em R$ 25,5 bilhões.