Com ofertas que, somadas, se aproximam de R$ 1 bilhão, duas grandes empresas de diferentes segmentos, anunciaram emissões de debêntures nesta sexta-feira, 20 de junho, engrossando a fileira das companhias que vêm recorrendo a esse expediente no mercado brasileiro.

Quem contribuiu com o maior valor nessa conta foi a CSN Cimentos, que divulgou uma oferta de até R$ 600 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, com prazo de vencimento de quatro anos.

Coordenada pelo banco BNP Paribas, essa é a quarta emissão realizada pela companhia de cimentos e será destinada exclusivamente a investidores profissionais, com prazo de encerramento em 15 de dezembro deste ano.

A Pague Menos também está movimentando esse balcão. A rede de farmácias anunciou a sua oitava emissão, no valor de R$ 350 milhões, em debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, com vencimento de quatro anos.

No caso da varejista, a emissão, que será intermediada pela Caixa Econômica Federal e terá a Pentágono como agente fiduciário, também será destinada exclusivamente a investidores profissionais, com início da oferta programado para 25 de junho e prazo de encerramento de até 180 dias.

A companhia informou que os recursos líquidos captados por meio da emissão serão aplicados na amortização do principal e dos juros devidos no âmbito da sétima emissão de debêntures realizada pela companhia, em junho de 2022, quando levantou um total de R$ 500 milhões.

Já a oferta da CSN Cimentos tem a finalidade de se antecipar a uma pendência. Segundo a companhia, os recursos líquidos obtidos com a emissão serão usados para o pré-pagamento de uma dívida contratada junto ao BNP Paribas, em fevereiro de 2022.

Com um pano de fundo marcado por questões como os juros elevados, o mercado de capitais ainda mais restrito – inclusive, para follow ons -, as emissões de debêntures têm sido uma alternativa para as empresas justamente para amortizar dívidas e financiar projetos, entre outras finalidades.

Nesse cenário, as duas ofertas se somam a um pacote amplo anunciado recentemente. Ele inclui, por exemplo, companhias dos mesmos setores, casos das locadoras de veículos Localiza e da Movida, que, no início do mês, na mesma data, anunciaram emissões, respectivamente, de R$ 1 bilhão e de R$ 750 milhões.

Nesta semana, a Direcional, de construção e incorporação, foi mais um nome a recorrer a esse balcão. A companhia anunciou a aprovação de uma captação, por meio de sua 13ª emissão de debêntures, de até R$ 750 milhões.

A PetroReconcavo foi outra companhia a movimentar essa agenda nesta semana com uma emissão de R$ 500 milhões, que envolveu debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, com prazo de vencimento de sete anos.

Há também exemplos – bilionários – em outros segmentos. É o caso da Vale, que, no fim de maio, aprovou a sua 11ª emissão e debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de R$ 6 bilhões, em três séries, com prazos de sete, dez e doze anos.

Na mesma época, a Petrobras registrou uma oferta de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de R$ 3 bilhões, em até três séries. A empresa informou que os recursos seriam aplicados em custeio de gastos, despesas ou dívidas relacionadas a aportes em projetos considerados prioritários.

Um mês antes, um outro nome do varejo mirou uma emissão bilionária. No início de abril, o Magazine Luiza anunciou o registro de uma emissão no valor de R$ 1 bilhão, destinada à “gestão ordinária dos negócios da companhia”.