O bilionário colombiano Jaime Gilinski voltou à carga pela rede de supermercados Éxito, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar (GPA). Desta vez apresentou uma proposta com uma estrutura diferente e com valor maior.

Depois de oferecer US$ 836 milhões (R$ 4 bilhões) pela totalidade da participação do GPA na rede colombiana de supermercados, na qual detém 96,5% do capital, no final de junho, o empresário está propondo agora a aquisição parcial das ações detidas pela varejista brasileira na colombiana

A oferta prevê pagar US$ 586,5 milhões (R$ 2,8 bilhões) por 51% do capital social do Éxito, valor que representa US$ 1,15 bilhão (R$ 5,5 bilhões) pela totalidade do Éxito. Na bolsa colombiana, o ativo vale US$ 1,3 bilhão (5,3 trilhões de pesos colombianos).

Segundo a proposta submetida ao GPA, a aquisição ocorreria via uma oferta pública de ações (OPA) na Bolsa de Valores da Colômbia, onde os papéis estão listados. A nova oferta é vinculante e prevê o pagamento dos US$ 586,5 milhões em dinheiro, com Gilinski afirmando ter capacidade financeira para realizar a operação, sem necessidade de obter financiamento.

Sobre a nova proposta, válida até 21 de julho, o GPA limitou-se a dizer que o conselho de administração deve se reunir nos próximos dias para avaliar.

Quando rejeitou a primeira investida de Gilinski, o argumento foi que ela não atendia “parâmetros adequados de razoabilidade financeira”. Os R$ 4 bilhões representavam praticamente o mesmo valor de mercado do GPA na ocasião, que estava em torno de R$ 4,4 bilhões.

Nesta terça-feira, dia 18 de julho, a varejista brasileira, controlada pelo grupo francês Casino, fechou o pregão com um valor de mercado de R$ 5,8 bilhões, após as ações subirem 4,80%, a R$ 22,50.

O GPA já informou que pretende se desfazer de sua participação no Éxito. Quando anunciou a decisão, em setembro do ano passado, ele indicou que o processo se daria por meio de uma redução de capital do GPA na operação, visando a distribuir cerca de 83% das ações que detém atualmente na rede colombiana.

O plano é que o GPA mantenha uma fatia minoritária de aproximadamente 13% no Éxito, “com potencial de monetização no futuro”.

A intenção do GPA de se desfazer do Éxito, um dos principais nomes do varejo alimentar da Colômbia, com mais de 700 lojas distribuídas no país, no Uruguai e na Argentina, ocorre no momento em que o Casino está vendendo ativos pelo mundo, na tentativa de ajudar a reduzir seu massivo endividamento, na caso dos 6,4 bilhões de euros.

Gilinski, por sua vez, é um dos empresários mais ricos da Colômbia, com um patrimônio de cerca de US$ 5,7 bilhões, segundo dados da revista Forbes, boa parte construído através de sua atuação no setor bancário. Ele recentemente se tornou dono do conglomerado de alimentos colombiano Nutresa, comprado neste ano, em parceria com a família real de Abu Dhabi.