A Suzano reverteu um prejuízo de R$ 733 milhões e lucrou R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024, de acordo com o balanço financeiro divulgado pela companhia. Com essa barreira “ultrapassada”, a empresa está agora em busca da desalavancagem.
“Nós estamos bastante satisfeitos com o trimestre que tivemos”, afirmou Beto Abreu, presidente da companhia, em conferência pós-resultado. “Nosso foco agora é na desalavancagem da empresa, que mostrou evolução consistente no período e deve continuar caindo nos próximos trimestres.”
Ao falar do endividamento líquido de R$ 30 bilhões (mais R$ 3,5 bilhões sobre o trimestre anterior), o executivo cita que a companhia atingiu uma alavancagem de 3,1 vezes a dívida líquida sobre o Ebtida no período, ante 3,2 vezes no trimestre anterior. O plano é esse indicador ficar abaixo de três vezes.
Para atingir esse objetivo, a Suzano terá de reduzir os seus investimentos, segmento que avançou 30% no terceiro trimestre, atingindo R$ 5,23 bilhões. No período, a companhia focou em aumentar suas terras e florestas e também no desenvolvimento de novas fábricas.
Porém, Abreu afirmou que, agora, a companhia tem território suficiente para buscar uma maior eficiência sem precisar continuar investindo nesse segmento.
A companhia, que aprovou um novo programa de recompra de ações em agosto deste ano, reforçou que não tem previsão para fazer um movimento como esse nos próximos meses, mas disse que ainda há espaço para planejar novas recompras em 2025.
“A alocação de capital deste ano já está dada e esperamos ter um quarto trimestre com uma geração de caixa bastante relevante. Além disso, nós não teremos dois eventos extraordinários que vimos no terceiro trimestre, que foi o investimento em florestas e na aquisição de participação na Liansheng”, afirma o executivo.
Isso não quer dizer que a companhia vai deixar os investimentos de lado, mas sinaliza que irá priorizar montantes menos expressivos nos próximos meses.
Números do trimestre
O lucro de R$ 3,2 bilhões foi apoiado pelo início da operação Cerrado, que auxiliou no aumento de 6% nas vendas da companhia no período, atingindo 2,99 milhões de toneladas comercializadas nos últimos três meses. Desse montante, foram vendidas 2,63 milhões de toneladas de celulose e 360 mil toneladas de papel, com avanço de 6% e 9%, respectivamente. Além disso, a companhia contou com uma redução de custos no trimestre
Com isso, a receita da Suzano cresceu 37% na comparação anual, atingindo R$ 12,2 bilhões no período. O Ebitda ajustado da companhia também registrou avanço de 77% no trimestre em relação ao ano anterior, atingindo R$ 6,5 bilhões, com uma geração de caixa operacional de R$ 4,4 bilhões, crescimento de 132%.
Com a divulgação do balanço, as ações da Suzano avançavam cerca de 3% durante o pregão. O valor de mercado da companhia estava em R$ 74,6 bilhões. No ano, o papel SUZB3 acumula alta de 7%.