A HBR Realty atingiu um marco inédito no segundo trimestre deste ano. A empresa especializada em desenvolvimento e gestão de ativos imobiliários teve o melhor trimestre da história ao registrar uma receita líquida de R$ 50 milhões, expansão de 36,4% sobre o mesmo período do ano passado.

"Quando olhamos todos os outros indicadores, eu não diria que é um trimestre excepcional. É um trimestre em linha com aquilo que a gente vem construindo", diz Alexandre Dalpiero, CFO e diretor de relações com investidores da HBR ao NeoFeed.

A grande surpresa do trimestre veio do W Hotel São Paulo, que já está operando com capacidade total e está um ano à frente do que seria o plano estratégico.

O empreendimento, que teve um soft opening no fim do ano passado, registrou receita de R$ 13,5 milhões no segundo trimestre, um salto de 60,7% sobre os três meses anteriores. "Ele está trazendo para este ano o que entregaria no ano que vem", afirma Dapiero.

Com ocupação média de 36,2% no primeiro semestre, um período tradicionalmente mais fraco para hotelaria e eventos em São Paulo, as perspectivas para o segundo semestre são otimistas. “As datas de setembro, outubro e novembro vão ser bem impactantes para o ativo", diz o CFO.

Conveniência urbana

O destaque do balanço ficou com a plataforma ComVem, que registrou um crescimento de 47,2% na receita líquida, para R$ 6,2 milhões. O Net Operating Income (NOI) cresceu 70% no trimestre, com margem de 80% e ocupação média de 85% nas 38 operações.

Um exemplo é o GPA, que procurou a HBR para abrir uma unidade na avenida Brigadeiro Luís Antônio, próxima a antiga sede da rede varejista. E a empresa de desenvolvimento e gestão de ativos imobiliários está levando o Pão de Açúcar, nesse formato de convivência, para outras duas unidades espalhadas na grande São Paulo.

Com vendas totais superando R$ 100 milhões no período, a plataforma ComVem já soma mais de 50 mil m² de ABL pulverizados em regiões nobres de São Paulo. "Cada vez mais a conveniência está ganhando papel de relevância dentro da cidade", afirma Dalpiero.

Mesmo com a volatilidade econômica provocada pelas discussões sobre tarifas, a plataforma HBR Malls manteve consistência. A receita líquida foi de R$ 17,6 milhões, alta de 8% em 12 meses, e as vendas consolidadas de R$ 451,9 milhões, uma expansão de 9,9%.

O Mogi Shopping atingiu ocupação plena (100%), enquanto Suzano Shopping chegou a 97%. A taxa média da carteira se manteve em 92%. "Não vimos um arrefecimento nem aumento de inadimplência", afirma o CFO.

A eficiência operacional da HBR também vem em evolução. As despesas administrativas, como percentual da receita líquida, atingiram um "all time low" de 22% no trimestre – bem abaixo do pico de 30% registrado no ano passado.

“Estamos gerando mais receita, abrindo mais unidades com a linha de custo sob controle. A visão é crescer e diluir o meu risco nessa base", diz Dalpiero.

A ação HBRE3 acumula alta de 18% no ano na B3. O valor de mercado da HBR é de R$ 379,3 milhões.