O irlandês Bernard Looney, aos 53 anos, pode ser um romântico arrependido. Durante muitos anos, ele parece ter sido o "Don Juan de Marco" da British Petroleum (BP).
Mas esse comportamento conquistador do executivo, que havia assumido o posto de CEO da gigante do setor de energia em 2020, vai custar US$ 40,6 milhões a ele.
Demitido por justa causa na quarta-feira, 13 de dezembro, a BP cortou a remuneração a que ele teria direito por ter “enganado conscientemente” o conselho de administração.
Em setembro, Looney pediu afastamento de sua posição quando a BP foi informada que o executivo não havia divulgado “relacionamentos passados com colegas”; o que vai contra as políticas da companhia.
“Após uma investigação cuidadosa, o conselho concluiu que, ao fornecer garantias imprecisas e incompletas em julho de 2022, o Sr. Looney enganou conscientemente o conselho”, disse a BP, em comunicado.
Há três anos, quando Looney assumiu a cadeira de CEO da petroleira, a empresa precisou agir sobre esse lado conquistador do executivo.
À época, Looney admitiu ter tido “um pequeno número” de relacionamentos com colegas de trabalho antes de chegar ao topo da companhia. A BP, em nota, esclareceu que não havia constatado nenhuma violação do código de conduta.
Desta vez, porém, não houve panos quentes. A BP recebeu novas denúncias sobre o comportamento do CEO, que admitiu não ter sido totalmente transparente em suas declarações anteriores.
Com valor de mercado de quase US$ 100 bilhões, a BP está sendo liderada pelo diretor financeiro Murray Auchincloss enquanto não encontra um substituto para o conquistador irlandês.