A Microsoft está de olho no mercado de energia. Nesta quarta-feira, 10 de maio, a companhia anunciou um acordo em que se compromete a comprar eletricidade produzida através de processos de fusão nuclear realizados pela Helion Energy. A distribuição deve ser feita somente a partir de 2028.

O acordo, que não teve seus valores revelados, mostra que há um novo queridinho dentro da gigante de Redmond. Isso porque entre os investidores da Helion Energy está Sam Altman, que é CEO da OpenAI – a empresa por trás do ChatGPT e que recebeu US$ 10 bilhões da Microsoft em um investimento realizado meses atrás.

Fundada em 2013, a Helion Energy já levantou mais de US$ 577 milhões em aportes, segundo dados do Crunchbase. Altman foi responsável por cerca de US$ 375 milhões, já que foi o responsável por liderar a rodada de US$ 500 milhões recebida pela startup no fim de 2021.

Além de Altman, a Helion Energy reúne um time de investidores de peso no negócio focado na criação do primeiro reator de fusão nuclear. Entre eles estão Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook; e Peter Thiel, que cofundou o PayPal e agora está no comando da gestora Mithril Capital Management.

De acordo com Andrew Holland, CEO da Fusion Industry Association em entrevista ao site da CNBC, esta é a primeira vez que uma empresa assina um acordo para a compra de energia gerada através de reatores de fusão.

A expectativa é de que, a partir de 2028, a Helion consiga gerar 50 megawatts ou mais de energia dentro de um ano. Isso é o suficiente para fornecer energia para 40 mil residências. No longo prazo, o plano é aumentar esta produção de eletricidade em 1 gigawatt, o que corresponde a 1 mil megawatts.

O interesse da Microsoft nesta operação vai de encontro com o objetivo da companhia de ter 100% de seu consumo de eletricidade proveniente de fontes limpas de carbono até 2030.

Do lado da Helion, que está na construção de seu sétimo protótipo de reator, o desafio está em capturar energia (que é gerada a partir de um processo no qual dois núcleos atômicos são combinados a uma temperatura de mais de 100 milhões de graus Celsius para gerar um novo núcleo e liberam energia) de forma economicamente viável.

No fim do ano passado, autoridades do Departamento de Energia dos Estados Unidos divulgaram à imprensa que, pela primeira vez na história, haviam conseguido realizar um processo que gerou mais energia do que consumiu através da reação de fusão nuclear, o que foi classificado pelos cientistas como "um dos feitos científicos mais impressionantes do século".