Diante da disputa judicial envolvendo Alexsandro Broedel e o Itaú, o Grupo Santander optou por um executivo interno para assumir como chefe global de contabilidade.

O NeoFeed apurou que o banco espanhol escolheu Manuel Preto para o cargo, para o lugar de José Doncel. Preto está no Santander desde 1996 e ocupou diversas posições de liderança na unidade portuguesa e dentro do grupo.

Desde 2019, ele acumula os cargos de vice-CEO, CFO e head de estratégia do banco em Portugal. A expectativa é de que assuma a posição a partir de 31 de julho, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre.

O plano inicial do Santander é que Broedel assumisse a posição neste ano, mas diante do imbróglio com o Itaú, o banco espanhol decidiu tomar uma nova direção.

Broedel foi anunciado no cargo no Santander assim que deixou o Itaú, mas nunca chegou a assumir o cargo pois logo na sequência foi acusado de fraude por seu antigo empregador.

Ele chegou a se mudar para a Espanha e trabalhava no Santander em uma situação transitória. Agora que o cargo dele foi ocupado por outro nome, não está claro qual será seu destino final.

Segundo informações da imprensa internacional, o Santander abriu um processo interno para buscar um novo chefe global de contabilidade após desistir do executivo.

O Itaú acusa Broedel e o contador Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do país, de fraude após identificar uma sociedade e transferências de recursos entre os dois que teriam beneficiado o ex-executivo.

Segundo o Itaú, Broedel contratava pareceres de Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do País, mas não tinha informado que tinha uma sociedade com o parecerista e que houve transferência de recursos entre eles.

Em janeiro, o Itaú entrou com uma ação indenizatória pedindo a devolução de R$ 3,35 milhões que teriam sido repassados ilegalmente de Martins para Broedel. Em março, em novo processo, solicitou o ressarcimento de R$ 6,645 milhões por pareceres contábeis que diz não ter recebido.

Na sexta-feira, 30 de maio, Martins chegou a um acordo judicial com o Itaú para colocar um ponto final nas duas ações movidas pelo banco contra ele. Nesses termos, o contador concordou em pagar R$ 2,5 milhões para encerrar o caso. Antes, Martins já havia devolvido R$ 1,5 milhão à instituição.

Em nota enviada à imprensa na semana passada, Martins ressaltou que, no acordo, esclarece que atuou em uma sociedade de fato, não de direito, para a elaboração de pareceres contábeis e consultorias com Broedel. E que essa sociedade prestou serviços para diversas empresas, entre elas, o Itaú.

Ele também observa que, nesse modelo, ficava com 60% dos honorários e Broedel com os 40% restantes. Martins destaca ainda que os serviços no centro das ações judiciais do Itaú foram remunerados pelo banco. E que ele desconhece a existência de pagamentos por serviços não prestados.

Com colaboração de Patrícia Valle e Moacir Drska