As ações da Moura Dubeux acumulam uma alta superior a 116% em 2025. Mas há quem esteja reforçando sua visão construtiva sobre a incorporadora do Nordeste e entenda que ainda há espaço para novos upsides nessa tese.
Quem está seguindo essa linha é o Santander. Em relatório enviado a clientes, o banco elevou o preço-alvo da ação da companhia para este ano, de R$ 18,50 para R$ 29, além de reiterar a recomendação de outperform – o equivalente a compra – para o papel. O potencial de valorização pelo preço de tela é de pouco menos de 25%.
“Estamos elevando o preço-alvo para o fim de 2025 principalmente com base em nossas projeções mais otimistas de lançamentos para a Moura Dubeux”, escrevem os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni.
Nesse ponto, o Santander está aumentando as projeções de lançamentos e de pré-vendas da companhia em uma média de, 43% e 36%, respectivamente, levando em conta o intervalo de 2025 a 2027. E, como reflexo desse cenário, elevando em aproximadamente 16% as estimativas de receita líquida no período.
“Também estamos reduzindo nossas estimativas de margem bruta para 2025-2026 em 28 pontos-base e 46 pontos-base, mas prevendo uma maior diluição de SG&A durante o período, resultado em margens operacionais mais elevadas”, pontuam os analistas.
Fique Por Dentro
O trio cita ainda um pacote mais amplo para justificar essa atualização. Um primeiro elemento envolve a forte posição competitiva da empresa no Nordeste, em mercados nos quais a competição é menos acirrada.
A aposta em um mix diversificado de lançamentos, direcionado a segmento mais defensivos, como condomínios e o programa Minha Casa, Minha Vida, é outro fator destacado. Assim como a avaliação atraente, negociada a um múltiplo P/L (preço sobre lucro) de cerca de 20,5% para o fim de 2025.
A partir desse quadro e dos dos dois últimos balanços trimestrais da Moura Dubeux, o banco está ampliando a projeção do lucro líquido da operadora em 23% e 21%, respectivamente, para 2025 e 2026. O banco estima agora as cifras de R$ 342 milhões e R$ 388 milhões na última linha do balanço.
“Os primeiros sinais do segundo trimestre de 2025 também são animadores, pois esperamos que a empresa reporte lançamentos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, apoiados pela força contínua das vendas”, aponta outro trecho do relatório.
Nesse fluxo, o banco se diz “cada vez mais confiante” de que a Moura Dubeux acelerará seu ritmo de lançamentos, alcançando a marca de R$ 4 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) em 2027.
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Os analistas fazem menção ainda a uma reunião recente com o CEO Diego Villar e a equipe de gestão da incorporadora, que reforçaram as perspectivas positivas para a operação ao falarem sobre temas como a crescente exposição ao Minha Casa, Minha Vida e a disciplina em relação à alavancagem.
Entre outros pontos, a gestão da companhia ressaltou que, com mais de 20% de participação de mercado em suas principais regiões de atuação e uma concorrência mais limitada, vê espaço para uma expansão contínua, de olho em um retorno sobre o patrimônio (ROE) superior a 20%.
As ações da Moura Dubeux estavam sendo negociadas com alta de 1,6% por volta de 13h15 na B3, cotadas a R$ 23,47, dando à incorporadora um valor de mercado de R$ 1,99 bilhão.