Desde o início de 2023, as concessionárias de rodovias engataram – e vêm sustentando - um rali na B3. Nessa direção, as ações da Ecorodovias e da CCR registram valorizações de 73% e 14,6%, respectivamente, no acumulado do ano.

O desempenho das duas companhias segue na contramão de muitas empresas listadas na bolsa de valores brasileira. E, no que depender da visão do Santander, a dupla ainda tem pista livre para entregar mais indicadores positivos.

Nesta quarta-feira, 6 de setembro, em relatório, o banco manteve a recomendação de outperform e elevou o preço-alvo dos dois papéis. Na Ecorodovias, a revisão de R$ 7,50 para R$ 11 representa um potencial de valorização de 42,8% sobre a cotação da ação no fechamento do pregão da terça-feira, 5 de setembro.

Já na CCR, a atualização levou o preço-alvo de R$ 16 para R$ 16,80, um upside de 35,5% em relação ao preço atual. “Nossa visão positiva sobre a CCR é baseada em um valuation mais barato do que o esperado, com uma taxa interna de retorno atual de 9,4%”, escreveram os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem.

O mesmo raciocínio se aplica em relação à Ecorodovias. Além do valuation ainda barato, o trio de analistas do Santander destaca que voltou a ver a “luz do sol” no ambiente operacional para os dois ativos.

Como parte dessa melhora, os analistas apontam as revisões do Banco Central para o crescimento do PIB do Brasil, no intervalo de 2023 a 2025. Assim como o início da flexibilização da taxa de juros e a redução nos riscos de inflação dos investimentos, em função da queda nos preços das matérias-primas.

Outro ponto favorável é o pipeline de novas concessões de estradas que, em âmbito federal e estadual, devem somar R$ 35 bilhões, até o fim de 2023, e R$ 65 bilhões, em 2024. O destaque fica para o “poder de fogo” no balanço dos dois players, e a postura que eles podem exercer nesses novos percursos.

“Dado que ambas as operadoras já estenderam a duração de seus portfólios de concessões e são relativamente alavancadas, esperamos que elas sejam mais seletivas nos leilões em que participar”, ressalta outro trecho do relatório.

Eles observam, porém, que o baixo interesse de players estrangeiros e o apetite limitado de outras concessionárias locais em concessões de maior porte podem favorecer tanto a Ecorodovias como a CCR nesses certames.

As ações da CCR, avaliada em R$ 24,8 bilhões, registravam queda de 0,65% na B3, a R$ 12,32, por volta das 16h. No mesmo horário, os papéis da Ecorodovias estavam sendo negociados no mesmo patamar do fechamento do pregão anterior, a R$ 7,70. A empresa está avaliada em R$ 5,3 bilhões.