Uma área que vem ganhando força na Sapore, empresa fundada por Daniel Mendez há mais de 30 anos, é o braço de facilities, uma vertical complementar ao principal negócio da companhia que serve mais de 1,3 milhão de refeições por dia.

Ao diversificar suas atividades para além das operações de refeições coletivas, onde é um dos principais nomes do mercado, a Sapore espera que a divisão de facilities possa responder por cerca de 40% do grupo em até cinco anos.

“A gente vive intensamente com o cliente, criando uma relação de confiança, e com a capacitação que temos que ter com higiene, por lidar com comida diariamente, entendemos que podemos também atuar em facilities”, diz Mendez ao NeoFeed.

Além de apostar no crescimento orgânico, a Sapore também vai colocar a mão no bolso e adquirir empresas. A carteira da companhia ganhou um bom reforço em abril do ano passado, com a chegada do private equity americano Acon, que comprou uma fatia de 19% do capital social da operação.

“Esse ainda é um mercado para ser consolidado”, diz Mendez. “E a entrada da Acon é justamente para fazermos aquisições, e estamos trabalhando nisso, olhando empresas de facilities e outras que tenham a ver com a nossa plataforma.”

Embora recente, a área de facilities já vem apresentando bons resultados. No ano passado, ela registrou um crescimento de 80% de receita, em relação a 2021, para cerca de R$ 40 milhões. Mendez diz que a expectativa é dobrar a receita neste ano, para R$ 80 milhões, somente em termos orgânicos.

Os valores são pequenos quando comparados ao faturamento total da Sapore, que atingiu R$ 2,6 bilhões em 2022, alta de 25,8% em base anual. Mas a expectativa é de que a área possa ser líder no mercado de facilities, diante da demanda e tamanho do mercado, e alcançar um faturamento na casa de R$ 1 bilhão em cinco anos.

A Sapore decidiu entrar no segmento de facilities depois de ver seus concorrentes também atuarem nesse espaço pelo mundo. Entre eles, a francesa Sodexo e a GRSA, do Grupo Compass, que também oferecem esse tipo de serviço no Brasil.

Segundo Mendez, o fato dessa oferta adicional ter como apelo a possibilidade de trazer mais conveniência para os clientes, que centralizam serviços num único fornecedor, gerando economia de custos e tributos. E, ao mesmo tempo, abrindo uma oportunidade de cross selling para a Sapore.

Para ele, o crescimento em facilities, combinado ao avanço dos serviços de marmitas – segmento em que a Sapore começou a atuar em 2020 e que ganhou força na pandemia, com o faturamento triplicando no ano passado, para R$ 12 milhões – fortalece a operação e ajuda a pavimentar o caminho para um IPO no futuro.

Para isso, Mendez diz que a operação vai ajudar a financiar seus planos de crescimento e investimentos em tecnologia. Segundo ele, a empresa está pronta em termos de governança e tem novas avenidas de crescimento.

“Com todas essas verticais, temos as possibilidades de crescimento, para os acionistas ficarem tranquilos de saber que os recursos que investirão trarão resultados”, diz o presidente. “O que falta para o IPO é o mercado abrir.”