Grupo brasileiro de fitness, a Smart Fit voltou a exercitar sua veia inorgânica ao divulgar uma aquisição na manhã desta terça-feira, 2 de dezembro. A companhia anunciou a compra do controle da Evolve, rede de academias com atuação na região Centro-Oeste.
A empresa vai pagar R$ 100 milhões em troca de, no mínimo, 60% do capital social da Evolve. Essa fatia pode ser ampliada de acordo com os ajustes feitos até a conclusão da negociação, que está prevista para meados de 2026 e depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Nos termos do acordo, cujo enterprise value é de R$ 199,7 milhões, a Smart Fit desembolsará R$ 40 milhões no fechamento da transação. O saldo remanescente será aportado mediante o cumprimento de algumas condições precedentes, no prazo de até dois anos e corrigido pela inflação (IPCA).
Na data de conclusão do negócio, as duas partes celebrarão um acordo de acionistas, que irá regular, entre outras questões, a governança da operação e a outorga de opções de compra e de venda que permitirão à Smart Fit adquirir a totalidade das ações de emissão da Evolve.
“Essa é uma aquisição oportunística, pois é um ativo que tem aquilo que gostamos e precisamos, que são pontos comerciais muito bem localizados e com um posicionamento geográfico que complementa o que nós temos”, diz José Luís Rizzardo Pereira, diretor de RI da Smart Fit, ao NeoFeed.
Uma das principais redes do Centro-Oeste e com forte presença no Distrito Federal, quarto maior mercado da Smart Fit, a Evolve tem 28 academias próprias, das quais, quatro foram inauguradas em 2025. A empresa tem ainda outras sete unidades em construção.
“A Evolve ainda tem resultado para capturar da maturação dessas unidades, então, quando fecharmos o acordo, a geração de caixa dessa operação vai ser ainda maior”, observa Pereira. “E eles estão em bons pontos comerciais, com um bom custo de aluguel e em locais que não são vulneráveis à concorrência.”
O executivo não descarta novas aquisições em linha com essa tese de buscar acordos oportunísticos. Mas ele ressalta, que o motor prioritário de crescimento da Smart Fit seguirá sendo o crescimento orgânico.
“Geralmente, os ativos do setor começam bem até a primeira ou segunda academia. Mas depois, acabam entrando num ritmo mais acelerado, de crescer por crescer, e perdem a disciplina”, afirma. “Então, temos dificuldade em achar ativos que façam sentido.”
Além da compra de seis franquias, esse é o terceiro movimento inorgânico da Smart Fit em 2025. Em abril, o grupo assumiu 100% da operação da FitMaster, que opera principalmente no México e na qual já detinha uma participação de 55%, ao adquirir a fatia restante de 45%.
Já em junho, a companhia fez a aquisição da Edge, dona de uma única academia de cerca de 6 mil metros quadrados na zona norte de São Paulo. A unidade em questão foi convertida para a bandeira da Bio Ritmo, uma das marcas que compõem o portfólio da Smart Fit.
Nos dados mais recentes da sua operação, o grupo fechou o terceiro trimestre de 2025 com 1.867 unidades, o que representou um crescimento de 17% sobre o mesmo intervalo do ano passado.
No período, a Smart Fit reportou um lucro líquido recorrente de R$ 177 milhões, o que representou um alta anual de 43%. A receita líquida, por sua vez, registrou um crescimento de 28%, para R$ 1,82 bilhão.
As ações da Smart Fit encerraram o pregão da segunda-feira, 1º de dezembro, em queda de 1,30%, cotadas a R$ 25,91. No acumulado de 2025, os papéis registram, porém, uma valorização de 52,7%, dando ao grupo um valor de mercado de R$ 15,4 bilhões.