O Stark Infra, braço de infraestrutura financeira do Stark Bank, está ganhando vida própria, com a segregação formal de suas operações. A nova empresa nasce com cerca de 50 clientes, entre eles, Wise, Kanastra e Zig.

Criada em 2022 a partir de serviços desenvolvidos para atender as demandas internas do próprio Stark Bank, a Stark Infra oferece serviços que vão de emissão de cartão de crédito a conexão com os sistemas do Banco Central. Com a separação oficial, as duas empresas deixam de operar de forma compartilhada e passam a atuar com total segregação.

Atualmente, a Stark Infra está processando cerca de R$ 500 bilhões em TPV ao ano, mais que o triplo dos R$ 137 milhões que a companhia processava em 2023.

“Alguns clientes do Stark Bank, que é um banco B2B, se tornaram instituições financeiras e estavam demandando alguns desses serviços que já tínhamos dentro de casa. Vimos que essas soluções criadas dentro de casa podiam ser escaladas”, diz Felipe Facchini, CEO da Stark Bank Infra, ao NeoFeed.

A expectativa é que, com novas parcerias e o mandato de escalar o negócio, esse número de processamento cresça rápido, com a adesão a um maior número de clientes e, especialmente, volumosos.

Um dos contratos que deve ajudar a impulsionar esses números foi firmado há cerca de 5 meses com uma carteira digital relacionada a um grande aplicativo de serviços.

Como Stark Bank e Stark Infra seguem desenvolvendo produtos em conjunto, o nome do cliente ainda não pode ser revelado. Mas o CEO afirma que só essa empresa representa 60 milhões de transações por mês na plataforma. “O volume [total de pagamentos] é muito maior”, diz Facchini.

O executivo chegou em agosto deste ano, depois de passar 11 anos no PayPal, para acelerar o crescimento da vertical de infraestrutura. Hoje, cerca de 170 funcionários trabalham para a Stark Infra. “A ideia é dobrar esse número”, afirma.

Antes disso, porém, Facchini conta que é preciso colocar "ordem na casa", já que existem times que ainda trabalham tanto para o Stark Infra como para o Stark Bank. A ideia é dividir os times entre as duas empresas e dar independência criativa com essa segregação.

Além de dar maior foco ao negócio, segundo o executivo, a separação reduz eventuais conflitos de interesse dentro do grupo. “Preciso manter o Chinese Wall, porque também atendo concorrentes do Stark Bank”, diz Facchini.

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Felipe Facchini, CEO da Stark Bank Infra

Atuando em diversos setores da infraestrutura bancária, Facchini afirma que a empresa enfrenta concorrentes variados a depender da área, mas que Matera e JD estão entre os adversários recorrentes nas diferentes frentes de batalha.

Para vencer concorrentes com mais década de mercado, Facchini acredita que a jovialidade da Stark Infra ser um ativo importante em relação a seus concorrentes. Suas arquiteturas, defende, são mais modernas.

“Nascemos pensando em soluções real time. Então, uma manutenção, melhoria ou uma nova implementação se torna muito mais fácil. Consigo ter uma agilidade grande e me adaptar mais rápido às demandas do mercado", diz o CEO.

A companhia não revela o faturamento da vertical de infraestrutura nem o quanto representava na receita do Stark Bank, mas o executivo afirma que “já é bem relevante” para o grupo.

Na última rodada de investimentos, ainda em 2022, a empresa captou US$ 45 milhões, com cheques de Jeff Bezos e Ribbit Capital. O valuation, na época, foi de US$ 250 milhões.

Com a Stark Infra apartada da operação principal, abre-se também a possibilidade de investimentos focados apenas nessa área.

“A ideia aqui é crescer de forma bem agressiva e escalável. Pretendemos ser um dos maiores ou o maior player de infraestrutura bancária do Brasil”, diz Facchini.