O Silicon Valley Bank fez aportes bilionários em firmas de venture capital antes de seu colapso financeiro. Através de seu braço de investimentos, o banco das startups destinou US$ 9,5 bilhões para gestoras como Andreessen Horowitz, Sequoia Capital, Ribbit Capital, entre outras.

Esses investimentos foram feitos ao longo das duas últimas décadas. Somente no ano passado, o SVB levantou um novo fundo de quase US$ 2 bilhões para serem investidos em firmas de venture capital através da gestora SVB Capital, uma das empresas do grupo.

Conforme reportado pelo The Information com base em documentos que mostram os detalhes financeiros da operação do SVB, o banco teria financiado indiretamente ao menos 50% das startups de tecnologia e ciências apoiadas por fundos de capital de risco nos EUA.

De acordo com os documentos, a SVB investiu US$ 234 milhões na Sequoia Capital por meio de dois fundos em maio de 2022. Já a Andreessen Horowitz recebeu US$ 173 milhões de dois fundos em 2018 e 2021. Na mesma época, o banco destinou US$ 145 milhões para a Ribbit Capital.

Além do trio, gestoras como Lightspeed, Accel, Index Ventures, Spark Capital, Kleiner Perkins, Bessemer Venture Partners e Felicis Ventures também receberam investimentos entre 2018 e 2022.

A SVB Capital também assumiu participações diretas em startups. Entre elas está a fintech americana Chipper Cash, em que o banco liderou um aporte de série C de US$ 100 milhões.

Com a falência, a participação nesses negócios deverá passar para um novo proprietário. Na segunda-feira, 13 de março, a SVB Financial, a controladora do grupo, informou que iria explorar “alternativas estratégicas” para suas subsidiárias. Isso inclui a venda dos ativos.

A controladora também afirmou que a SVB Capital é uma entidade legal separada e, por isso, “não está sujeita ao processo de resolução em andamento para o Silicon Valley Bank”. De acordo com o banco, a unidade vai continuar a operar.

Os compradores precisarão analisar se o investimento vale a pena. No ano passado, a SVB capital registrou perda de US$ 110 milhões contra um lucro de US$ 487 milhões registrado um ano antes. A justificativa para o resultado negativo foi o cenário adverso enfrentado no setor de tecnologia.