A adoção massiva de inteligência artificial (IA) promete transformar radicalmente a produtividade corporativa e, por consequência, o valor de mercado das empresas listadas em bolsa.
Um relatório do Morgan Stanley estima que o S&P 500 poderia agregar entre US$ 13 trilhões e US$ 16 trilhões em market share graças aos ganhos de eficiência e à redução de custos proporcionados pela IA – o equivalente a um aumento de até 29% no atual valor de mercado.
Para chegar a esses números, os analistas sustentam que duas frentes principais de IA terão impacto significativo: a Agente de IA, capaz de tomar decisões com mínima supervisão humana, que responderia por cerca de US$ 490 bilhões desse total; e a IA Incorporada, representada pelos robôs humanoides, com potencial de gerar outros US$ 430 bilhões em valor para as companhias.
O banco acrescentou que a criação de valor pode ser mais pronunciada para empresas em setores como distribuição de bens de consumo básicos, varejo, imobiliário e transporte.
A longo prazo, os analistas estimam que a criação de valor em todos esses três setores pode ser pelo menos o dobro do que as empresas devem gerar em lucro antes dos impostos em 2026.
"Se as capacidades de IA continuarem a melhorar a uma taxa não linear, a magnitude da criação de valor com a adoção da IA superará nossas estimativas, que já são elevadas", escreveram os analistas, segundo a Business Insider.
Além de dispositivos inteligentes, iniciativas de software generativo também entregaram ganhos. Estudos de Stanford e MIT apontam que, em etapas de adoção bem conduzidas de modelos como o GPT-4, a produtividade dos trabalhadores pode subir até 14%, principalmente em funções de análise e criação de conteúdo, graças ao suporte na triagem de informações e na geração de insights rápidos.
No Brasil, um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que aproximadamente 45% da força de trabalho já está exposta à IA – seja por automação direta de tarefas, seja por complementação de atividades humanas mais qualificadas.
Segundo esse levantamento, a adoção plena de IA poderia elevar o PIB brasileiro em até 5% em uma década, graças à combinação de automação, maior produtividade em tarefas complementares e estimulação de investimentos; em um cenário mais otimista de complementaridade, o ganho chegaria a 8%, com variação da produtividade total dos fatores entre 1% e 4%.
E pesquisa da AWS mostra que a IA no mercado brasileiro já entrou na rotina de 40% das empresas, com 95% delas relatando aumento de receita e 96% apontando melhora na produtividade após adoção de soluções básicas, como chatbots e automação de processos. Além disso, 85% esperam economias de custo adicionais à medida que avançam na maturidade de uso da tecnologia.