A Vivo acaba de comprar a IPNet, uma das principais parceiras do Google no Brasil, em um negócio que pode chegar a R$ 230 milhões – o valor final depende do cumprimento de métricas operacionais e financeiras nos próximos quatro anos.
Com o negócio, a Vivo, que já atua com AWS e Microsoft, ganha força também com os serviços do Google, em que tinha uma atuação tímida até agora. A IPNet tem como principais linhas de negócios a revenda de produtos e prestação de serviços relacionados ao Google Cloud Platform e Google Workspace.
“Nos últimos anos, fortalecemos o mundo Microsoft e crescemos em AWS. Agora, chegou o momento de crescer no portfólio do Google”, afirma Alex Salgado, vice-presidente de negócios da Vivo, ao NeoFeed.
A operação está sendo feito via a TCloud Brasil (Telefônica Cloud e Tecnologia do Brasil), que é controlada pela Telefônica Brasil, dona da marca Vivo e que tem uma participação de 50,01%. Os outros 49,99% estão nas mãos da Telefónica Tech.
As conversas começaram há quase um ano, quando a Vivo resolveu que precisava crescer em serviços do Google. A busca por uma empresa levou à IPNet, hoje uma das maiores integradoras do Google no Brasil. “Foi um movimento que fazia todo sentido”, diz Salgado.
A IPNet atende aproximadamente 1,4 mil clientes. Entre eles, estão Grupo Soma, SulAmérica e Embraer. Atualmente, conta com 268 funcionários, sendo que 140 deles são certificados pelo Google.
A integração da nova empresa, cujo transação precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), será gradual. A IPNet ficará como subsidiária até um ano após o closing do negócio. Depois, será incorporada à TCloud Brasil.
Em 2023, a companhia gerou uma receita de R$ 218 milhões, um crescimento de 35% no comparativo anual. Fábio Carneiro, fundador e CEO da IPNet, ficará à frente da operação e será responsável pela unidade de negócios.
A área de negócios B2B Digital da Vivo é responsável por uma receita de quase R$ 3,5 bilhões em 12 meses é dividida em quatro unidades de negócio.
A primeira delas é de cloud, em que a compra da IPNet se insere. Outra é responsável por serviços de cibersegurança. A terceira cuida de internet das coisas e big data. E a quarta, de network.
O investimento no segmento de cloud é uma estratégia global do grupo espanhol Telefónica. Nos últimos anos, a Telefónica Tech, por exemplo, fez aquisições para ampliar sua atuação no mercado europeu.
Entre os negócios, estão companhias como a Incremental e Cancom, do Reino Unido, a Be-terna, na Alemanha, e a espanhola Altostratus Cloud Consulting.
A aquisição faz parte também da estratégia desenvolvida sob o comando de Christian Gebara, CEO da Vivo, de se ser uma empresa de tecnologia digital e não apenas uma operadora que vende conectividade.
Dentro dessa inciativa, a Vivo desenvolveu estratégias que vão das pessoas físicas até as jurídicas, onde tem 1,6 milhão de clientes. No caso do consumidor, a Vivo hoje vende desde serviços de saúde até produto eletroeletrônicos, além de fornecer crédito, através do Vivo Money.
Avaliada em R$ 82,5 bilhões, as ações da Vivo (VIVT3) estão com uma queda de quase 6% em 2024. Em 12 meses, sobem mais de 20%.