O UBS BB iniciou a cobertura das ações da Vulcabras recomendando a compra dos papéis e estabelecendo preço-alvo de R$ 24, avaliando que os investimentos na expansão da capacidade devem fazer com que a companhia “acelere o passo” para conquistar mercado e elevar o retorno sobre o capital investido (Roic, na sigla em inglês).
Para os analistas Vinicius Strano, Isabella Lamas e Lucca Biasi, as margens demonstram sinais de retomada em 2026, com a normalização das despesas, impactadas neste ano pelo aumento no quadro de funcionários, justamente para fortalecer a operação.
Com capacidade ampliada, a expectativa é que a Vulcabras aumente sua participação no segmento de roupas esportivas brasileiro, um mercado de R$ 32 bilhões, com a categoria tênis crescendo acima da média do setor.
Os analistas destacam que a companhia já vem fazendo um bom trabalho para conquistar esse mercado, com esforços de marketing voltados ao reconhecimento do portfólio, que inclui marcas como Olympikus, Mizuno e Under Armour.
Um dos resultados foi que os tênis da marca Olympikus foram utilizados por quase 29% dos participantes da Maratona de São Paulo deste ano, acima dos 6% registrados em 2022, segundo dados da plataforma Strava citados no relatório.
“Os ventos favoráveis do setor de saúde e bem-estar, combinados com a capacidade da Vulcabras de projetar, produzir e distribuir produtos de alta qualidade com agilidade, devem sustentar uma CAGR [taxa de crescimento anual composta] de receita bruta acima de 11% nos próximos cinco anos”, diz trecho do relatório.
A verticalização do processo produtivo recebeu destaque dos analistas do UBS BB. Eles afirmam que a integração de todas as etapas permite à Vulcabras desenvolver, fabricar e entregar produtos em cerca de quatro meses — um terço do tempo dos concorrentes.
Esse modelo de integração, somado à redução de despesas e investimentos previstos para os próximos anos, além do crescimento de receita, deve impulsionar a margem Ebitda.
“Prevemos que a margem Ebitda aumentará para cerca de 22,4% até 2029 (dos 21,2% projetados para 2025), apoiada por um mix de produtos mais diversificado, normalização do CPV [custo dos produtos vendidos] e diluição do SG&A [despesas gerais e administrativas]”, aponta o relatório.
Esses fatores devem contribuir para retomar a trajetória de alta do Roic, que vinha oscilando desde 2022. Para 2026, a expectativa é que a métrica de rentabilidade passe de 27,8% para 29,2% em 2029.
“Estimamos um CAGR do lucro por ação acima de 10% em cinco anos, um dividend yield atrativo de 8,2% em 2026 e um P/L ajustado de 9,3 vezes, 8,2 vezes e 7,3 vezes em 2025, 2026 e 2027, respectivamente”, diz o relatório.
Por volta das 11h05, as ações da Vulcabras subiam 3,48%, a R$ 20,23. No ano, os papéis acumulam alta de 30,2%, levando o valor de mercado a R$ 5,5 bilhões.