Em maio, quando Warren Buffett apresentou o balanço do primeiro trimestre de sua gestora de investimentos Berkshire Hathaway, uma frase, em particular, chamou a atenção. Conhecido pelo seu apetite por ativos, especialmente em épocas de crise, o megainvestidor afirmou que não “via nada de interessante no momento”.

Essas palavras foram reforçadas nas semanas seguintes, quando os cofres da gestora e do bilionário permaneceram como estavam desde o início da crise da Covid-19: fechados. Agora, ao que tudo indica, essa temporada de paralisação nos movimentos de Buffett está chegando ao fim.

Segundo o site americano Business Insider, registros da Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado americano de capitais, apontam que Buffett desembolsou US$ 813 milhões e alcançou uma participação de 11,3% no Bank of America.

De acordo com os documentos arquivados na SEC, a transação foi realizada entre segunda e quarta-feira desta semana. O bilionário pagou um preço médio de US$ 24 por papel para comprar cerca de 34 milhões de ações do banco. Hoje, os papéis da empresa estavam sendo negociados com uma ligeira alta de 0,11%, no início da tarde, a US$ 27,47.

Depois do silêncio em boa parte da pandemia, a transação marca o segundo investimento capitaneado por Buffett em menos de um mês. No início de julho, a Berkshire Hathaway pagou US$ 10 bilhões para adquirir os ativos de transporte e armazenamento de gás natural da americana Dominion Energy.

O acordo foi o maior fechado pela gestora desde a aquisição da Precision Castparts, em 2016. Concluída por US$ 37 bilhões, a aquisição em questão ainda segue como a maior já realizada pela gestora de investimentos.

Com as duas movimentações recentes, Buffett abre caminho para interromper as críticas que vinha sofrendo no mercado, inclusive de colegas, como Bill Ackman, fundador e CEO da gestora Pershing Square Capital Management.

No início de julho, a Berkshire Hathaway pagou US$ 10 bilhões para adquirir os ativos de gás natural da americana Dominion Energy

No fim de maio, Ackman, admirador confesso de Buffet, vendeu sua participação na Berkshire Hathaway. Em teleconferência com investidores, ele justificou a decisão afirmando que seu fundo de hedge tinha mais agilidade que a Berkshire Hathaway para aproveitar as oportunidades de mercado geradas pela Covid-19.

O “retorno” de Buffet também pode sinalizar melhores tempos para a sua gestora, que, além de fechar o primeiro trimestre com um volume incomum em caixa, de US$ 137 bilhões, registrou um prejuízo recorde de US$ 49,7 bilhões.

Siga o NeoFeed nas redes sociais. Estamos no Facebook, no LinkedIn, no Twitter e no Instagram. Assista aos nossos vídeos no canal do YouTube e assine a nossa newsletter para receber notícias diariamente.