Depois de Itaú comprar a Avenue e entrar no jogo internacional, do Inter lançar sua conta global, do C6 Bank marcar território e do Bradesco estrear com a sua My Account, chegou a vez de a XP entrar na disputa para não ficar para trás da concorrência. A empresa de Guilherme Benchimol acaba de lançar uma conta corrente global com um cartão de débito Mastercard.

O cartão será primeiramente disponibilizado para os cerca de 1 milhão de clientes que já possuem a conta investimento internacional na XP, lançada no ano passado e disponível para quem tem um patrimônio mínimo de R$ 10 mil na plataforma. Depois que o negócio maturar, dizem seus executivos, a ideia é abrir para os demais clientes.

A XP chega atrasada nesse segmento e o próprio José Berenguer, CEO do Banco XP, reconhece que precisava "fechar esse gap", como ele mesmo frisou. "Ano passado lançamos a conta investimentos, a conta bancária no Brasil e agora offshore. Isso tudo no mesmo aplicativo, na proposta ‘one stop shop’. Muitos clientes são viajantes assíduos e ter esse produto é muito importante”, diz Berenguer.

A conta corrente em dólar estará integrada a conta de investimento internacional, podendo fazer transações de câmbio instantaneamente a qualquer momento, sem mensalidade ou taxa de manutenção.

O cartão de débito Mastercard é oferecido na versão digital, com integração com as principais wallets do mercado, e física, com aceitação em mais de 210 países. E como qualquer cartão internacional, tem a vantagem de ter o IOF para compras internacionais de apenas 1,1%, contra 5,38% dos cartões brasileiros.

Segundo a XP e a Mastercard, o lançamento ocorre em um momento aquecido do mercado offshore, já que dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) mostram que o uso de cartões no exterior aumentou 36% no primeiro semestre de 2023, e os gastos dos brasileiros com cartões lá fora ultrapassaram US$ 5,9 bilhões no mesmo período.

O cartão de débito é emitido pelo Community Federal Savings Bank, parceiro da XP nos Estados Unidos. Mas Berenguer diz que a empresa "não descarta ter sua própria licença bancária nos EUA."

Mais do que oferecer um produto, o objetivo é fazer com que os clientes passem a investir mais no exterior, já que o core business da XP é investimentos, e trazer novos clientes.

“No segundo momento iremos abrir a conta corrente para os clientes que não tem a conta de investimento global e mostrar a eles o valor da diversificação para também investirem lá fora. Com certeza esse é mais um produto para ser trabalhado como oportunidade pela nossa rede de assessores”, afirmou Cristiano Ayres, sócio e diretor executivo de produtos bancários da XP Inc.