Pouco menos de três meses após receber um aporte série A de US$ 16 milhões liderado pela Mouro Capital, fundo de venture capital focado em fintechs apoiado pelo Santander, a mexicana Nowports está recebendo uma extensão da rodada de US$ 8 milhões para desembarcar no Brasil.
A nova rodada tem a participação de Justin Mateen, confudador do Tinder, e dos fundos de venture capital Investo VC e Bristlecone Ventures. Outros investidores, que fazem parte da base de acionistas da Nowports, são a Foundation Capital, Broadhaven Ventures, Monashees, Base10 Partners e Y Combinator.
A Nowports é uma startup que se propõe a digitalizar toda a cadeia de supply chain e logística de seus clientes que precisam transportar mercadorias via navios ou aviões. A companhia cuida de todo o processo e ganha um fee por cada contêiner gerenciado pelo seu software.
“Somos responsáveis por mover a carga do ponto A para o B”, afirma Alfonso de los Rios, CEO e cofundador da Nowports, com exclusividade ao NeoFeed. “Nossa proposta de valor é que digitalizemos todo o processo para que as empresas tenham visibilidade e notificações em tempo real.”
A startup, que tem operações no México, Chile, Colômbia e Peru, está começando a operar no Brasil com a extensão do aporte. Rios mudou-se para São Paulo e está montando a equipe brasileira. Hoje, são apenas três pessoas, mas a meta é atingir mais de 30 funcionários até novembro.
A operação não ficará concentrada apenas em São Paulo. O Porto de Santos, o maior da América Latina, é crucial para a Nowports e a empresa contará também com presença física por lá. De acordo com Rios, o Brasil vai ser o maior mercado da companhia, que foi fundada em 2018 por ele e Maximiliano Casal. A dupla se conheceu em um curso na Universidade Stanford.
Atualmente, a Nowports monitora e transporta cerca de 40 mil contêineres por dia de mais de 1 mil clientes – os nomes não são divulgados. Além de ganhar dinheiro com cada contêiner monitorado, a companhia oferece serviços de seguros e crédito aos seus clientes – nos quais ganha também um fee.
A companhia usa tecnologia para monitorar por meio de rastreamento todo o trajeto da carga. “Normalmente, nos conectamos através de satélites a embarcações e aviões, mas para alguns casos especiais também podemos colocar dispositivos IoT (internet of things) nos contêineres”, afirma Rios.
Além de monitorar a carga, a Nowports cuida ainda de todo o processo burocrático de importação e exportação, digitalizando documentos e gerando relatórios automáticos aos clientes.
A plataforma tecnológica da Nowports usa também algoritmos de inteligência artificial para que as empresas possam assumir o controle de seus embarques e possam planejar melhor o momento para movimentarem os seus fretes.
De acordo com Rios, dezenas de milhões de contêineres são importados e exportados da América Latina a cada ano. E quase a metade deles atrasam ou se perdem devido à má gestão.
“As complexidades e burocracias existentes no mercado de comércio exterior podem se tornar uma barreira para muitas empresas expandirem suas atividades”, afirma Caio Bolognesi, sócio da Monashees, um dos primeiros investidores da empresa e que está ajudando no desembarque local. “A Nowports entrega uma plataforma automatizada e eficiente, o que vem impulsionando o seu crescimento para toda a América Latina.”