O avanço da inteligência artificial não vai impactar somente empresas como a OpenAI, a companhia por trás do ChatGPT. O resultado recorde da Nvidia divulgado na quarta-feira, 21 de fevereiro, mostra que há espaço para crescimento também para as companhias que estão atuando “nos bastidores” desta revolução tecnológica.

Mas não se trata apenas das fabricantes de chips. Empresas de computação em nuvem vão se beneficiar da alta na demanda por esse tipo de armazenamento. Entre as postulantes para ocupar esse espaço no Brasil está a Skyone, uma investida do Bradesco, que acaba de levantar R$ 60 milhões.

A novo rodada está sendo feito pela gestora Bewater, que tem como sócios Carlos Degas Filgueiras, Fabio Armaganijan e Guilherme Weege. Com experiência em empresas como DeVry, Kraft Heinz e Malwee, respectivamente, o trio já levantou pouco mais de US$ 70 milhões para investir em startups. A meta é captar US$ 100 milhões.

As conversas com a SkyOne começaram no ano passado, quando a companhia que fornece para o mercado corporativo serviços de computação em nuvem, gestão de dados e segurança digital avaliou a necessidade de levantar uma nova rodada.

“Sabíamos que o mercado de venture capital estava difícil, mas a companhia se enquadrava no que os investidores procuravam. Era um negócio com alto crescimento e lucrativo”, afirma Ricardo Brandão, cofundador e CEO da Skyone, ao NeoFeed. “Queríamos a expertise da Bewater no captable”.

A Bewater procura empresas que estejam tanto em fase de série B e growth. Além da Skyone, a gestora investiu em startups como Remessa Online, Revelo, Clínica SiM e +A Educação.

Brandão diz que apesar do aporte ter acontecido quase três anos após a série B de R$ 45 milhões liderada pelo Inovabra Ventures, do Bradesco, a rodada atual está mais perto de um “bridge” do que de uma série C. “Não queríamos captar mais de R$ 60 milhões”, afirma o empreendedor.

Além do aporte do fundo do Bradesco dedicado à startups, a Skyone levantou outros R$ 22,5 milhões em rodada de série A feita em 2018 pela Invest Tech. A gestora brasileira opera cinco fundos e já realizou 28 aportes em empresas como LogcomexDattos.

Ricardo Brandão skyone
Ricardo Brandão, cofundador e CEO da Skyone

O dinheiro captado agora deve ser utilizado para M&As. A startup quer realizar quatro aquisições, sendo que uma delas já está engatilhada e deve ser anunciada nas próximas semanas. No radar estão empresas que faturam até R$ 2 milhões por mês.

“São companhias que complementam a operação da SkyOne com a diversificação do portfólio de produtos”, diz Brandão, que não descarta que uma das aquisições possa ser feita no México. A ideia é desembolsar cheques de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões e fazer o pagamento de forma parcelada.

Com um modelo de negócios de plataforma como serviço (PaaS, na sigla em inglês), a Skyone diz que cresce em torno de 50% ao ano e prevê faturar algo próximo de R$ 400 milhões em 2024. Entre os clientes atendidos estão companhias como Panasonic, Mambo, Grupo Nortis, entre outras.

A Skyone atende atualmente mais de 20 mil empresas, focando em companhias de porte médio e grande. Como atua como uma gama diversa de serviços, tem como competidores diretos empresas que fornecem plataformas como serviço. Entre elas estão Locaweb, Semantix, Digibee e Newsoft.