Em mais um sinal de que os cheques de valores maiores estão começando a voltar, a Monashees está liderando uma rodada série A de US$ 30 milhões na Vammo, startup de aluguel de motocicletas elétricas.

O aporte está sendo feito em conjunto com gestoras estrangeiras, como Construct Capital, dos Estados Unidos, e a 2150, da Dinamarca. A empresa israelense de mobilidade Maniv Mobility também participou do round.

A nova rodada acontece cerca de um ano após a startup captar US$ 8,5 milhões em rodada seed, . “Ainda tínhamos US$ 2,5 milhões da última rodada quando a Monashees apresentou um term sheet”, diz Jack Sarvary, CEO e cofundador da Vammo, ao NeoFeed.

Fundada no ano passado no Brasil pelos americanos Sarvary e Billy Blaustein, a Vammo aposta no aluguel de motocicletas elétricas a partir de R$ 199 por semana. O valor inclui os gastos com IPVA, licenciamento e seguro, além de manutenção e direito a moto reserva.

O diferencial do negócio é possibilitar que os motociclistas que alugam as motos com a companhia não precisem ficar esperando as baterias serem recarregadas. Em vez disso, eles podem ir até uma das estações da Vammo de troca de bateria e fazer a substituição. O processo leva menos de cinco minutos.

“Quando captamos o aporte seed, estabelecemos três metas”, diz Sarvary. “A gente queria iniciar um plano de fabricação no Brasil, encontrar o product market fit ideal e atingir a eficiência financeira.”

Com o caixa recheado, a Vammo, que até o começo deste ano se chamava Leoparda Electric, pretende intensificar a produção nacional das baterias. Nos próximos meses, a empresa quer tirar do papel um plano para a implementação de uma fábrica em Manaus.

O valor do investimento nesta frente é mantido em sigilo e a previsão é a de que a unidade industrial comece a funcionar em março de 2024. Quando estiver com sua capacidade total de operação, a startup informa que fabricará "centenas de unidades por mês", mas sem precisar um número.

A produção nacional é um ponto estratégico para a companhia ganhar escala. Atualmente, a operação está presente somente em São Paulo e conta com pouco mais de 300 clientes. A meta é chegar em 15 mil até o fim de 2025.

O plano é expandir para além da capital paulista. No ano que vem, a companhia pode desembarcar em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília. A expansão para fora do Brasil também está nos planos, mas deve ficar somente para o segundo semestre de 2024. "México e Colômbia são países com muitos motociclistas", diz Sarvary.

A companhia não abre dados de suas finanças, mas Sarvary diz que o negócio atingiu o ponto de equilíbrio com essa nova captação. “A gente poderia ter sido lucrativo antes se decidíssemos parar de investir”, afirma.

Problemas com parceira

O que pode atrapalhar a Vammo é a dependência das fabricantes de motocicletas. Atualmente, a companhia opera em conjunto com as empresas chinesas NIU e Super Soco.

No passado, a Vammo chegou a ter como sua principal parceira a brasileira Voltz. Investida por Creditas e Ultra, a fabricante nacional está perto de uma recuperação judicial e acumula atrasos nas entregas, cancelamentos de vendas e centenas de processos judiciais.

Questionado sobre a parceria, Sarvary afirma que “não há nada que possa fazer" e diz que “a Voltz tem sérios problemas”. O principal teria sido reconhecer o que estava errado e agir para reformular a operação. “Se a Voltz voltar a operar, ficaremos felizes em fazer negócio. Mas não estamos contando com isso.”

Atualmente, a Vammo não opera mais em conjunto com a Voltz, mas a companhia diz que os clientes que têm planos de locação das motocicletas ou que compraram as motos ainda são atendidos pela startup no modelo de troca de baterias.

A companhia informa que “é possível que haja alguma descontinuação de um modelo ou outro no futuro, mas não é o plano no curto prazo."