Funcionários e investidores iniciais da Revolut aproveitaram a onda de boas notícias e capitalizaram em cima das participações que possuem no banco digital britânico, recentemente avaliado em US$ 45 bilhões.
Desde agosto, foram vendidos quase US$ 1 bilhão em ações, segundo apuração do jornal britânico Financial Times. A empresa estendeu por duas vezes o período para venda dos papéis, para permitir a antigos investidores e ex-funcionários, além de atuais colaboradores, se desfazerem de ações.
A companhia já captou cerca de US$ 1,7 bilhão com gigantes como SoftBank, TCV, DST Global e outras gestoras.
A operação secundária, lançada um mês depois da Revolut conseguir licenças bancárias no Reino Unido, atraiu uma série de investidores institucionais, incluindo o Mubadala Capital, que assumiu uma participação na empresa pela primeira vez.
Gestoras de venture capital que entraram nos primórdios venderam cerca de US$ 500 milhões em ações, segundo as fontes ouvidas pelo FT. Quem também participou da operação foi o fundador e CEO da Revolut, Nik Storonsky, que levantou entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
A obtenção das licenças bancárias foi o gatilho para a chegada de novos investidores, depois que a companhia passou três anos num limbo regulatório, além de uma série de contratempos, incluindo um questionamento de seu auditor a respeito das contas de 2021, fatores que reduziram o interesse na companhia.
Com essas questões no passado, e contando com uma base de 45 milhões de clientes em 40 países, a Revolut está atrativa, com clientes do private bank do Goldman Sachs se juntando ao cap table da companhia por meio das vendas secundárias. No Brasil, a Revolut tem licença para operar como Sociedade de Crédito Direto desde o final de 2023.
Grandes operações secundárias se tornaram um caminho cada vez mais comum para gestoras monetizarem suas participações e abrir espaço para investidores entrarem no capital social das companhias.
Em fevereiro, a Stripe, fintech de pagamentos, permitiu aos funcionários venderem um total de US$ 1 bilhão em ações, a um valuation de US$ 65 bilhões, para um grupo de investidores institucionais que incluía a Sequoia Capital.
Desde então, a gestora de venture capital comprou mais ações na Stripe via operações secundárias subsequentes, que levaram o valuation da companhia a US$ 70 bilhões.