Depois de se consolidar como um dos principais nomes no mercado brasileiro de soluções de infraestrutura voltadas ao open finance, a Finansystech está dando início à expansão de suas atividades para fora do País.
A primeira parada da companhia é o Chile, com a inauguração de um escritório em Santiago no começo de setembro. Trata-se de um passo no plano de expansão da companhia. O objetivo nessa conquista de territórios planejada por Danillo Branco, CEO da Finansystech, é chegar aos Estados Unidos.
“Temos uma estratégia de crescimento pela América Latina e ter um escritório no Chile vai facilitar fazer negócios e transações em outros países da região”, diz Branco ao NeoFeed. “Em um escopo maior, o que a gente olha muito é o mercado americano, um mercado protagonista e onde queremos estar.”
A chegada da Finansystech ao Chile ocorreu após um acordo com um banco local, cujo nome não é revelado por conta de um acordo de confidencialidade. A função da empresa brasileira será adaptar a infraestrutura da instituição às obrigações do open finance, que começa a ganhar corpo no país. No final do ano passado, o Congresso chileno aprovou a chamada Ley Fintech, que regulamenta a construção de infraestruturas para o compartilhamento de dados e abre caminho para o crescimento do mundo de fintechs.
A expectativa é de que o escritório de Santiago sirva de plataforma para a expansão pelo Chile e a região da América Latina. “A Finansystech está em vias de ter um cliente na Colômbia e México”, diz Branco.
O sonho americano também é fruto dos avanços que o tema do open finance apresenta nos Estados Unidos. Segundo Branco, o CFPB, agência do governo americano responsável pela proteção dos consumidores no segmento financeiro, está desenvolvendo as regras para o compartilhamento de dados no país.
A expectativa é de que uma primeira versão das regras seja apresentada no final do ano para comentários. Considerando os debates, a Finansystech estima chegar aos Estados Unidos no começo de 2024.
A conquista de territórios
A internacionalização já estava no radar da empresa, um tema que também vinha sendo levantado por investidores antes da incorporação da empresa pela Celcoin, que ocorreu em fevereiro deste ano. No Brasil, a companhia consolidou sua posição, com seus produtos utilizados por 40 instituições financeiras, como XP, Sicoob e Banco Mercantil.
Segundo Branco, desde 2022 ele vem tratando do tema do open finance pelo mundo, falando sobre a experiência no Brasil, o que permitiu fazer encontros com instituições financeiras em países em que o tema começava a ganhar tração.
Ele diz ainda que o fato de o BrickBank estar no marketplace Azure, da Microsoft, também ajudou na internacionalização da empresa. Esse é o conjunto de soluções desenvolvido pela Finansystech para que instituições financeiras possam se plugar nos diferentes universos de open finance.
“O nosso software, por uma questão de construção, se adapta a qualquer tipo de regulação”, diz ele. “Isso nos dá uma facilidade de entrar em qualquer mercado, e aí é muito mais uma questão de escolher aqueles que queremos atacar.”
A expectativa de Branco é que o processo de internacionalização fortaleça as finanças da companhia, com as operações na América Latina representando de 10% a 20% das receitas. “Quando colocamos os Estados Unidos, aí temos a perspectiva de dobrar o tamanho, até triplicar”, diz. A Finansystech registra atualmente um faturamento anual próximo de R$ 14 milhões.
Quem também deve se beneficiar da abertura do escritório no Chile é a Celcoin, que também poderá oferecer aos mercados latino-americanos suas soluções, como gerenciamento de pagamentos recorrentes e produtos na área de crédito.