A fintech brasileira Nomad, criada em 2020 para oferecer contas bancárias e cartões para brasileiros nos Estados Unidos, conquistou licença para poder atuar como corretora nos Estados Unidos. A autorização foi dada pela Financial Industry Regulatory Auhtority (Finra), entidade regulatória americana independente que fiscaliza empresas do mercado financeiro no país.

“Até aqui, a gente atuava como consultor, em parceria com duas corretoras nos Estados Unidos, que tinham parte dessa responsabilidade. Agora, passamos a fazer esse serviço”, diz Caio Fasanella, diretor executivo e head de investimentos da Nomad, em entrevista ao NeoFeed.

O planejamento para conseguir a certificação começou no segundo semestre de 2023, em um processo que garante a estrutura necessária para realizar a operação.

Com a licença de broker dealer, a expectativa é de que a startup passe a migrar, de fato, para o setor de corretagem até agosto deste ano. Fisicamente, a Nomad passará a ter um escritório em Miami, para atender os clientes no país. Fasanella irá para os Estados Unidos para liderar essa operação. Dos 500 funcionários do grupo, 100 estão na área de investimentos.

Segundo o executivo da Nomad, os avisos aos clientes devem começar na próxima semana. “Não estamos deixando de priorizar nenhuma área da companhia, mas nos últimos dois anos o momento de faixa de investimentos tem sido muito intensivo”, diz Fasanella.

Atualmente com R$ 5 bilhões sob gestão e receita recorrente anualizada de R$ 500 milhões, a Nomad registrou crescimento de três dígitos, nos últimos dois anos, na área de investimentos, em que atua desde 2021. Hoje a companhia atende cerca de 3 milhões de clientes por meio dos serviços de banking, pagamentos internacionais e investimentos.

De outubro do ano passado até abril, a empresa ampliou em R$ 1 bilhão o volume de recursos de brasileiros sob custódia, um crescimento de 25% em seis meses. A partir da nova posição como corretora, a empresa deve passar de cerca de 2 mil ativos de investimentos, hoje ofertados aos clientes, para cerca de 10 mil.

“Vamos poder trabalhar com uma prateleira muito mais ampla. Vamos oferecer outros produtos e garantir mais renda para quem investe no exterior”, afirma Fasanella.

Na visão da Nomad, a autorização para atuar como corretora dos Estados Unidos será fundamental para captar essas oportunidades que devem surgir ao longo dos próximos meses. “A gente vem buscando entender a demanda dos brasileiros. No ano passado, lançamos uma plataforma de renda fixa, disponibilizando títulos do tesouro americano, do tesouro brasileiro em dólares e de empresas.”