O Cubo, hub de inovação ligado ao Itaú, começou a se movimentar em relação à expansão internacional. Nos últimos dias, a incubadora de startups iniciou um processo de contratação de um country manager para liderar a abertura de suas operações na Argentina e no Uruguai.

O anúncio da vaga foi postado no LinkedIn e compartilhado pelo executivo Andrei Golfeto, head de startups do Cubo Itaú no Brasil. Horas depois, a publicação foi excluída.

Conforme apurado pelo NeoFeed com fontes familiarizadas com o assunto, o banco realmente está buscando um executivo e pretende investir algo na casa de R$ 15 milhões para criar um hub de startups em Buenos Aires. O espaço servirá para abrigar empresas argentinas e uruguaias. “Será um Cubo Rio de La Plata, digamos assim”, afirmou uma fonte.

Cofundador do Cubo ao lado da Redpoint eventures, o Itaú é o principal mantenedor do hub. A incubadora conta também com o apoio de empresas como Dasa, Suzano, São Martinho, entre outras.

A estrutura deve ficar em um imóvel de tamanho semelhante ao que era usado no Brasil no início da operação do Cubo por aqui. Entre 2015 e 2018, o Cubo funcionou em imóvel na rua Casa do Ator, na Vila Olímpia, de 5 mil metros quadrados e que abrigava 55 startups. A sede atual, na Alameda Vicente Pinzon, tem 20 mil metros quadrados.

Ainda que esta chegada do Cubo aos países vizinhos seja inédita, esse não é o primeiro passo de internacionalização do banco em relação ao seu hub. Em 2019, o Cubo firmou uma parceria com o BID Lab, o laboratório de inovação do Banco Interamericano de Desarrollo para fazer o intercâmbio de startups de outros países com a estrutura brasileira.

Por ora, entre 10 e 20 startups argentinas e uruguaias já fazem parte do programa de incubação do Itaú e a meta é terminar o ano com cerca de 50 startups. Entre as companhias estrangeiras que já fazem parte do Cubo estão Agrofy e Pomelo. Ambas já levantaram US$ 60 milhões cada em aportes com investidores como SP Ventures, Endeavor Catalyst, Tiger Global, Sequoia Capital e Monashees.

Segundo uma fonte a par do assunto, o Cubo está buscando um profissional que conheça profundamente o ecossistema de startups e venture capital na região. Inicialmente, a ideia é ter uma equipe de até oito pessoas. Para efeito de comparação, a operação em São Paulo conta com mais de 80 pessoas.

No Brasil, o Cubo já fez a curadoria de mais de 900 startups. Entre elas está a paranaense Pipefy, que atua com softwares voltados para automação de negócios e que já levantou mais de US$ 122 milhões em aportes junto a investidores como Softbank, Redpoint eventures, Bossanova Investimentos, entre outras gestoras.

Procurado pela reportagem do NeoFeed, o Cubo, por meio de sua assessoria de imprensa, disse, em nota, que “neste momento, não há nada concreto ou desenhado para uma atuação mais específica do Cubo nesses países”. A companhia também citou a parceria com o BID e afirmou ainda que já atua no exterior há algum tempo por meio de sua plataforma digital.