A crise do Silicon Valley Bank (SVB) está se alastrando. As ações da instituição financeira, que é considerado o banco das startups, foram suspensas no pregão desta sexta-feira, 10 de março, na Nasdaq. Ontem, elas caíram 60% no pregão e derreteram 62% no pré-market com o aumento de saques de recursos feitos por startups.

No Brasil, algumas startups estão enfrentando dificuldades para conseguir fazer o saque dos recursos que têm no SVB, informa Bernardo Brites, fundador e CEO da Trace Finance, fintech que ajuda startups a trazerem seus dólares para o Brasil.

“O sistema está lento e alguns saques estão pendentes, esperando aprovação”, afirma Brites, ao NeoFeed, explicando que o fato de estar pendente não quer dizer que o saque não vai acontecer.

Os fundos de venture de capital que atuam no mercado brasileiro recomendaram as startups de seu portfólio a sacar recursos que estavam no SVB.

O NeoFeed conversou ontem, 9 de março, com dois gestores de fundos que confirmaram a informação e disseram que, até aquele momento, todas haviam conseguido sacar os recursos.

A recomendação é a mesma de alguns fundos dos Estados Unidos. O Founders Fund, de Peter Thiel, a Coatue Management e a Union Square Ventures foram alguns dos que instruíram as startups nas quais investem a limitar a exposição ou retirar o dinheiro do banco, segundo a Bloomberg.

A crise do SBV começou depois que sua controladora, SVB Financial Group, anunciou que vendeu 21 bilhões de títulos de sua carteira e disse que estava considerando uma venda de ações de US$ 2,25 bilhões para fortalecer as finanças.

Ao mesmo tempo, o SVB, que é focado em emprestar dinheiro para startups, está sofrendo com o aumento das taxas de juros nos EUA e com a crise de caixa de muitas empresas que ajudou financiar nos EUA e no mundo.

O plano do SVB, que tem sede na Califórnia, no coração do Vale do Silício, é oferecer US$ 1,25 bilhão de suas ações ordinárias a investidores e mais US$ 500 milhões em ações preferenciais conversíveis obrigatórias. O fundo General Atlantic concordou comprar US$ 500 milhões em ações ordinárias do banco em uma transação privada separada.

O preço das ações do SVB mais do que dobrou de 2018 até o final de 2021, surfando a onda de liquidez e de investimentos em startups. Sua capitalização de mercado atingiu um pico de mais de US$ 44 bilhões. Com a queda de quinta-feira, 9 de março, banco está valendo US$ 6,2 bilhões.