O sócio da gestora de ações GTI, André Gordon, é um apaixonado por renda variável. À frente da gestora desde 2007, depois de quatro anos gerindo um clube de ações, ele já enfrentou todo tipo de euforia e crises.

E, mesmo diante dos vários solavancos pelos quais a economia brasileira passou nos últimos anos, ele segue uma filosofia baseada no value investing na hora de montar a carteira.

De uma forma bem resumida, sua análise leva em conta a vantagem competitiva da empresa e a governança corporativa. Se a companhia tiver um acionista de referência, melhor ainda.

Só quando esses itens estão alinhados é que a GTI passa para a próxima fase, que é avaliar se o preço está abaixo daquilo que ela considera o valor justo para a ação – uma análise clássica que os value investors fazem.

"A palavra que eu gosto é acumular. Tem ações que nós acumulamos. Está caindo, vai comprando, porque temos um horizonte de muito longo prazo”, diz Gordon, ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil.

Nesse sentido, as principais ações que a GTI está acumulando – e que são as maiores posições da carteira da gestora, que tem R$ 660 milhões sob gestão – são Vale, Gerdau, Suzano, SLC, Itaú e Simpar.

As razões para esses investimentos são simples – e mostram também a preferência de Gordon por companhias da área de indústria e de commodities. Em primeiro lugar, todas têm vantagens competitivas e boa governança. Mas, em geral, são geradoras de caixa, como também boas pagadoras de dividendos.

"A Vale é uma empresa que tem uma vantagem competitiva brutal. O minério dela é muito bom e o custo é muito baixo", diz Gordon. Em relação à Gerdau, o sócio da GTI avalia que a companhia está bem-posicionada para enfrentar essa nova ordem mundial de tarifa por ter operações nos Estados Unidos e no Brasil.

Na área de finanças, a GTI mantém uma posição desde 2011 no Itaú. Gordon acredita que o banco está em melhor situação que seus pares, tem resultado previsível, gera caixa e avançou em tecnologia. “O Itaú é um motor de tração forte que carrega todo mundo de forma sempre linear”, afirma Gordon.

Nesta entrevista, que você assiste no vídeo acima, Gordon fala ainda de Suzano, SLC e Simpar, comenta o cenário macroeconômico brasileiro e diz que a bolsa brasileira está barata, mas que há vários riscos.