Tudo começa em 2011, com uma loja na sofisticada Oscar Freire, em São Paulo. Em pouco tempo, os irmãos milaneses Edoardo e Luigi Tonolli conquistam o paladar dos paulistanos com seus gelatos. Não demorou muito e o Brasil se rendeu à receita italiana de sorvetes. Em seis anos, a Bacio di Latte chegou aos Estados Unidos.
Até o fim do ano, serão 200 unidades no Brasil e nove nos EUA, onde cada unidade demanda investimento de US$ 1 milhão. Só em 2024, terão sido 35 inaugurações, em ambos os mercados.
"Em 2025, o plano é abrir entre 35 e 40 lojas no Brasil e dobrar o tamanho nos Estados Unidos, chegando a 18 unidades”, diz Edoardo, em entrevista ao NeoFeed.
Ironicamente, grande parte do impulso para a expansão da marca brasileira de sorvetes italianos veio com a pandemia. O isolamento social imposto pelo novo coronavírus obrigou a Bacio di Latte a diversificar suas fontes de receita. A saída foi levar os gelatos para o varejo, com a venda de potes em supermercados, lojas de conveniência e restaurantes.
A estratégia adotada durante a urgência da crise sanitária acabou se revelando uma poderosa ferramenta de marketing. Consumidores que ainda não conheciam a marca degustaram primeiro em casa e, depois, migraram para o consumo nas lojas físicas.
As vendas do varejo — que já somam 8 mil pontos de venda no Brasil, incluindo a região Norte, ainda não contemplada com nenhuma loja física — representam 24% do faturamento.
Tão rápido quanto sua expansão foi a diversificação dos produtos da Bacio. Além dos potes de gelato, a empresa hoje também vendes picolés, o que possibilita capilarizar a expansão para diferentes locais — de uma padaria até um parque de diversões, aponta Edoardo.
A empresa lançou ainda sobremesas quentes, como waffles, petits gâteaux e bolos, que ajudam a equalizar o caixa quando as temperaturas baixam.
O empresário espera que os múltiplos canais de vendas e a diversidade de produtos façam a companhia faturar cerca de R$ 870 milhões em 2024, 30% a mais do que no ano passado.
“Nunca diga nunca” é a máxima dos irmãos quando se trata de franquias. Edoardo admite que, em algum momento, o modelo pode ser necessário para viabilizar a continuidade da expansão. Por ora, no entanto, eles preferem continuar com endereços próprios. “A gente insiste nesse modelo por questões de qualidade e controle”, diz o empresário.
Donos de 100% dos negócios, os irmãos conseguem inovar como e quando querem, remanejar a equipe, lançar promoções e agir rapidamente em situações adversas, como aconteceu na pandemia.
“Em 2020, tínhamos 130 lojas, fechamos 80. Tivemos que demitir muita gente, para só depois recontratar. Foi duro tomar essa decisão”, lembra Edorado.
Passada a crise, os Tonolli recuperaram o apetite de estar em todos os lugares, o tempo todo. E, para se manter sempre presente no imaginário dos clientes, a Bacio tem feito parcerias com marcas de outros segmentos.
A mais recente é com a Hope Resort. No próximo verão, as duas marcas vão lançar, juntas, uma coleção de biquínis com as cores e os nomes dos sabores dos sorvetes mais emblemáticos da Bacio. O pistache, campeão de vendas, vai ser a estrela da novidade.