Três décadas depois de nascer como um projeto de reciclagem de papel, o Instituto Reciclar se tornou uma das principais referências brasileiras em formação socioemocional, educação complementar e empregabilidade para jovens em situação de vulnerabilidade, alcançando 350 mil jovens por ano.
“Há 30 anos, era reciclagem mesmo. Por isso, o nome: Reciclar. Era reciclagem de papel, dando ofício às pessoas”, lembrou Fábio Amorosino, atual presidente do Instituto e CEO do grupo Biolab, durante entrevista ao Humanamente Possível, programa do NeoFeed.
Com o tempo, a missão se tornou mais ampla: preparar jovens para o futuro. Para isso, a ONG reuniu como voluntários profissionais gabaritados no mercado de trabalho, que pudessem abrir portas para quem não teve o mesmo ponto de partida, de advogados especializados no terceiro setor a headhunters.
Além disso, professores passaram a ser contratados e remunerados com valores equivalentes aos de escolas particulares de ponta. “Foi decidido que o Instituto deveria evoluir de uma condição de meramente ensinar a pescar para preparar melhor e fazer a inclusão social de verdade”, diz Amorosino. “Hoje, com o advento da inteligência artificial, o maior diferencial competitivo de carreira vai estar no sócio emocional.”
Atualmente, o Reciclar acompanha jovens dos 15 aos 29 anos, conectando formação, networking, mentoria e empregabilidade. Na visão do CEO, o modelo só se sustenta porque o instituto funciona como uma organização profissionalizada, com “governança de primeiro nível”.
A expansão, porém, exige financiamento contínuo. O instituto trabalha com parcerias privadas, fundações, nota fiscal paulista e um modelo de apadrinhamento recorrente. Mas a necessidade é maior que o fluxo de caixa atual.
“Nós precisamos de ajuda financeira sempre, porque o tamanho do nosso sonho é muito maior do que esse”, afirma. “Infelizmente, o nível de deterioração social é maior do que a capacidade das instituições que querem fazer o bem. Mas nós vamos brigar e nós vamos vencer esse cabo de guerra.”