A InvestSmart, assessoria de investimentos criada por Samyr Castro e Bruno Hora, opera com mais de 100 escritórios espalhados pelo País e 1,7 mil assessores. Em meio à evolução da tecnologia e à redução da quantidade de profissionais pela concorrência, os sócios apostam no aumento do quadro da empresa.

Com cerca de R$ 30 bilhões sob custódia (AuC), a InvestSmart quer quadruplicar o quadro de assessores de investimento para 7 mil até 2030, quando pretende alcançar R$ 100 bilhões em AuC.

Para isso, montou uma esteira de formação que começa em lives semanais — um “masterclass” sobre a profissão de assessor — e segue com suporte para aprovação na certificação e um plano de carreira claro.

A conta fecha quando o assessor amadurece e tem a possibilidade de virar empreendedor: abrir sua própria filial, com backoffice, tecnologia e abastecimento de produtos à disposição.

“A profissão do assessor já é empreendedora por natureza. Quando ele ganha a chance de ser dono do próprio escritório, a engrenagem acelera”, diz Castro, CEO e cofundador da InvestSmart, no Wealth Point.

Para isso, a InvestSmart afina um segundo pilar: o da governança corporativa. Nos últimos anos, a empresa implementou auditoria externa, ações escrituradas, assembleias formais e um conselho em formação.

“Se quer estar entre os consolidadores, precisa de credibilidade e de processo”, afirma Hora, cofundador da InvestSmart, no programa do NeoFeed.

Mas é no modelo de negócio que a casa pretende se diferenciar. Desde cedo, a estratégia foi não depender apenas da comissão de investimentos. Ao lado da prateleira tradicional, a empresa construiu um ecossistema de mais de 20 frentes de receita: seguros, câmbio, consórcio, advisory jurídico e contábil, planejamento para PJ, parceria com asset e operações no exterior.

Isso dá resiliência em ciclos de juros altos, quando o ROA [retorno sobre ativos] de investimentos aperta. “No primeiro ano de casa, 40% da renda do assessor já vem de fora de investimento. E também dessa forma a gente consegue atender a diversas dores do cliente”, diz Castro.

Mesmo com o ambiente desafiador de 2025, a InvestSmart captou mais de R$ 5 bilhões neste ano e reporta lucro recorde — seis vezes o melhor que de o ano anterior — após um ajuste forte de despesas e priorização do que traz retorno imediato.

Essa expansão tem a ver com a ideia de atender o “varejão”. Em vez de disputar apenas o “filé mignon” de grandes fortunas, a InvestSmart leva assessoria para qualquer tíquete, principalmente em patrimônios entre R$ 100 mil e R$ 500 mil, que historicamente são mal atendidos.

Na visão da empresa, onde a concorrência dos grandes bancos é menor, a penetração cresce mais rápido. “Nosso sonho é que todo brasileiro tenha um assessor. E, para isso, acreditamos que há espaço para ter uma InvestSmart em qualquer cidade com pelo menos 100 mil habitantes”, afirma Castro.

Para sustentar a próxima perna de crescimento, a InvestSmart prepara a chegada de um sócio estratégico nos próximos 12 a 18 meses. A ideia é combinar capital e inteligência setorial, preservando a independência e o modelo multiproduto.

O “carimbo” de governança e a diversificação de receitas compõem a vitrine para investidores — e para o mercado que acompanha a corrida pelo sonho grande do IPO em 2031.