Nos últimos dois anos, os investidores brasileiros migraram cerca de R$ 500 bilhões da renda variável para a renda fixa, acompanhando o avanço da taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano. Essa situação, porém, pode começar a mudar em 2026, caso a política monetário do País tome novos rumos.

Na visão de Gilson Finkelsztain, CEO da B3, se apenas uma pequena fatia desse montante voltar para a renda variável, ajudará a manter o otimismo com a renda variável para 2026. “Se um pedacinho desses recursos voltarem para a renda variável, a gente já tem a manutenção da bolsa”, afirmou o executiv,o em entrevista durante o NeoConference 2025.

“Eu acho que com a perspectiva do juro cair, a bolsa continuará com o seu bom desempenho”, disse Finkelsztain. “As empresas brasileiras ainda seguem muito baratas, quando comparadas com os pares globais, mas temos uma perspectiva positiva, já que com o juro caindo, a bolsa começa a voltar ao radar dos investidores.”

Finkelsztain contou que, nesse momento mais “fraco” da Bolsa de Valores, a B3 tem apostado de forma consistente nos investimentos internacionais, em grande parte por meio de BDRs. A tendência vai na contramão dos costumes dos brasileiros que, diferentemente de outros países emergentes, preferem deixar seus recursos no próprio País.

“O brasileiro deixa uma ordem de grandeza de talvez 80%, 85% dos seus recursos no Brasil, mas nos últimos anos começou a diversificar mais. Então, há uma demanda, por exemplo, para investir em ações no exterior ou investir em renda fixa no exterior, algo que temos feito por meio dos BDRs”, afirma.