Pelo menos 80% dos investimentos necessários para fazer a transição energética terão de vir do setor privado. Na visão de Marina Cançado, fundadora da Converge Capital, esse é um dos motivos que a COP30, que acontece em novembro deste ano em Belém, no Pará, tem tanta importância para o mercado.

“Essa COP marca exatamente essa virada de chave, que inaugura a era da implementação e, talvez pela primeira vez, coloque o setor privado e financeiro com o mesmo peso e relevância dos atores estatais”, disse Cançado, no NeoSummit COP30.

“A mensagem é muito clara: o grosso das negociações já foi feito nesses 30 anos, agora precisamos começar a fazer”, complementou, no evento do NeoFeed.

Para Cançado, é possível perceber o avanço do setor privado nos últimos anos em direção à agenda climática e de sustentabilidade, assunto que precisou de um tempo para ser digerido e apreendido.

Agora, é o momento de viver a nova fase e entender quais são as oportunidades que esse mercado oferece, quais delas já param de pé financeiramente e quais são os melhores investimentos a fazer em cada uma das situações que se apresentam.

“O caminho é esse: entender quais são as soluções que já existem e como conseguimos escalá-las ou mesmo quais são as soluções que precisam ser desenvolvidas nesse novo momento”, disse a empresária.

“Para isso, vai ser necessário desenvolver novos instrumentos financeiros que atendam às necessidades e viabilizem esses projetos”, complementou.

Segundo ela, o Brasil já é reconhecido internacionalmente como essa potência nas frentes climáticas e, com a COP acontecendo no País, esse apelo só se torna mais forte para os estrangeiros. É preciso que os brasileiros se apropriem desse lugar de destaque e demonstrem as soluções incríveis e escaláveis que são desenvolvidas por aqui.