Para Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, a Conferência do Clima da ONU (COP30), que acontece em Belém, em novembro deste ano, será mais que um encontro diplomático. Na visão dele, o evento funcionará como um teste de credibilidade para o Brasil e para o setor privado no combate às mudanças climáticas.
“A responsabilidade é não só prometer, mas provar para o mundo, de fato, que temos planos concretos para aquilo que prometemos”, afirmou Werneck, em entrevista ao NeoFeed, durante o NeoSummit COP30.
Segundo o executivo, a cúpula será “um momento de escrutínio” que exigirá do País metas de curto prazo e comprovação de que as promessas podem ser executadas. As empresas, na visão dele, também passam por teste decisivo, sujeitas à régua cada vez mais rígida de investidores internacionais.
“É muito fácil chegar e emitir um compromisso de dez anos, de 20 anos. Mas eles [investidores] estão agora, de fato, olhando se tem substância, se tem técnica, se esses compromissos realmente estão baseados na possibilidade real de serem cumpridos.”
Para sustentar as próprias metas, a Gerdau conduziu um estudo técnico de dois anos, com metodologia internacional, antes de anunciar seu plano de redução de emissões. A siderúrgica aposta no uso intensivo de sucata metálica, processo que, segundo Werneck, garante as emissões de CO₂ sejam menos que a metade da média mundial.
Além disso, a empresa vem ampliando investimentos em geração própria de energia limpa, com a construção de fazendas solares, a fim de reduzir a dependência de fontes fósseis e dar previsibilidade à matriz energética da companhia.