As mudanças climáticas estão no topo das discussões corporativas no Brasil. Os fenômenos deixaram de ser “simplesmente” naturais para se transformarem em verdadeiros problemas econômicos.

O setor de seguros é um exemplo. Um estudo da consultoria Aon mostrou que as perdas econômicas em razão dos eventos climáticos extremos chegaram a R$ 1,9 trilhão no mundo no ano passado. Foi o maior impacto de toda a história com casos que englobam desde os incêndios na Califórnia até as enchentes do Rio Grande do Sul.

“No ano passado, apenas no Rio Grande do Sul, foram pagos mais de R$ 370 bilhões em indenizações por 140 seguradoras”, contou Bruno Autran, CEO e fundador da AJA Seg, no NeoSummit COP30.

“Isso deixa claro que todo esse tema de sustentabilidade e clima é muito relevante para o setor de seguros”, complementou ele no evento do NeoFeed.

Se o novo padrão climático impacta diretamente no aumento de indenizações e sinistros, ele influencia no equilíbrio das práticas ESG pelas empresas.

Autran destaca a questão do "S", principalmente pelas condições de trabalho e segurança para os funcionários. Para ele, ainda é preciso avançar muito para dar o suporte necessário às famílias – o que faz dessa uma discussão cada vez mais necessária nas empresas.

“O plano de saúde, por exemplo, representa o segundo maior custo da folha de pagamentos das empresas e, em um momento tão conturbado da economia, fica difícil repassar para os próprios clientes a inflação médica, que chega a 15%”, afirmou Autran.

“Essa é uma questão urgente a ser trabalhada, já que esse benefício é fundamental para os funcionários”, complementou.