Os restaurantes Madero Burguer, Madero Grill e Jeronimo estão preparados para atender cinco milhões de clientes em dezembro. O mês é o de maior movimento para o grupo criado por Junior Durski. Mas enquanto contabiliza os pratos que saem das cozinhas de cada uma dessas marcas, o empresário e chef finaliza o preparo dos números para 2025.
O grupo está voltando a ter apetite por crescimento. Com 275 lojas em operação, os últimos dois anos foram de redução do investimento. O motivo desse aperto era a necessidade de voltar a ter um equilíbrio entre a geração de caixa e o endividamento.
A dívida líquida da companhia era de R$ 594,9 milhões em setembro de 2024, uma alavancagem de 1,07 vez para um prazo médio de 2,9 anos. Em 2020, a alavancagem do Madero chegou a 15,03 vezes a geração de caixa.
“Temos um número na empresa de dívida líquida sobre o Ebitda de uma vez. É o ponto para voltar a crescer. Chegaremos até o começo de 2025 e aí, sim, mantendo esse número, com geração de caixa, a gente volta a crescer”, diz Durski em entrevista ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem o apoio do Santander Select.
“Esse custo vai para CDI+2,75% a partir de abril de 2025. A situação financeira da companhia, que é muito boa e com expectativas excelentes, foi revista”, complementa Ariel Szwarc, CFO do Madero.
Com Ebitda Ajustado dos últimos 12 meses de R$ 576 milhões, encerrados em setembro deste ano, para uma margem Ebitda de 32%, o plano de abertura de lojas vai começar a ganhar tração.
Embora o exterior seja atrativo para uma expansão, Durski ainda vê potencial para crescer no País. A marca, por exemplo, chegou recentemente no Nordeste.
“Podemos chegar a 600, 700, 800 restaurantes tranquilamente no Brasil. O Jerônimo é uma marca que pode fazer uma expansão grande. E o Madero também tem muito potencial”, diz Durski.
Um modelo que começa a ser experimentado pela companhia é a loja híbrida, com totens do Madero e do Jeronimo. O cliente escolhe qual cardápio prefere e retira no balcão. No primeiro mês de experiência em uma unidade da rua Oscar Freire, em São Paulo, as vendas aumentaram mais de 70%.
Em paralelo à expansão orgânica, o Madero quer elevar a participação do delivery nas receitas da companhia. Um negócio que começou na pandemia “meio a contra gosto” do chef Junior vem ganhando espaço no faturamento.
Até o começo de 2024, o delivery vinha representando em torno de 15% da receita líquida do grupo. Ao longo do ano, essa representatividade foi aumentando e atingiu 20,2% no terceiro trimestre. O plano é chegar a 30% no curto prazo.
Com o ajuste no balanço da companhia, Junior Durski continua sonhando com o IPO da empresa. Ele diz que é uma maneira de perenizar a companhia e acelerar o plano de crescimento. Mas ele não tem pressa. “Se tiver uma janela, vamos para o IPO. Se não tiver, estamos felizes também”, diz ele.