A Vivest, quarto maior fundo de pensão do Brasil com R$ 38 bilhões sob gestão, viu o seu plano família (o Familinvest) triplicar de tamanho no ano passado e chegar a R$ 157 milhões sob gestão. Uma regulação mais abrangente pode impulsionar esse crescimento, mas a competição com os fundos abertos de previdência são desafio.

“Os planos começaram de uma forma muito tímida, mas temos visto uma aceleração de sua adesão. No ano passado, o patrimônio triplicou e verificamos que em sua maioria foi de recursos que migraram de planos de PGBL do mercado”, afirmou Walter Mendes em entrevista ao Wealth Point, programa do NeoFeed.

Criado em 2019 na Vivest, os planos família possibilitam às entidades irem além dos funcionários das suas patrocinadoras, com a entrada de parentes de participantes até o quarto grau de parentesco (vertical ou horizontal, valendo desde cônjuges, netos e sobrinhos a cunhados).

Com a criação dos planos instituídos pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que regula o setor, esses planos passaram a serem acessíveis a todos os contribuintes do INSS desde o ano passado - possibilitando a cobertura de um público ainda maior. Com isso, a Vivest viu mais gente pedindo a portabilidade de fundos abertos de previdência para o seu plano.

Segundo a Vivest, desde a criação do plano família a sua rentabilidade acumulada foi de 55%, enquanto os planos de previdência PGBLs deram na média 36% no período, quase o mesmo retorno que a variação do IPCA.

A grande vantagem do plano é o seu baixo custo, de cerca de 0,2% ao ano, enquanto a maioria dos planos de mercado cobram cerca de 1% ao ano.

Mas a competição com os bancos ainda é muito difícil, segundo Mendes, por possuírem recursos para fazer campanhas de marketing, além de uma grande capacidade de distribuição por meio de um grande time comercial e de várias agências espalhadas pelo País. As fundações são entidades sem fins lucrativos e não possuem recursos para investir na expansão comercial.

Mas uma estratégia importante de crescimento tem sido a incorporação de outras fundações. As mais recentes foram o fundo de pensão da Alpargatas e do grupo farmacêutico Roche. Outras estão em negociação.

“Vimos a oportunidade no mercado e avançamos por ser um interesse nosso em trazer mais recursos, uma vez que já somos uma entidade madura. A tendência de longo prazo é de uma estabilidade e, eventualmente, uma queda do tamanho do nosso porte se não agirmos”, disse Mendes.

Nos últimos três anos, a entidade incorporou mais de R$ 2 bilhões com a entrada dos fundos de pensão da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), do grupo Ford, do grupo Roche e mais recentemente da Alpargatas.

A Vivest tem como alvo os fundos de previdência de empresas privadas que possuem entre R$ 300 milhões e R$ 3 bilhões sob gestão. Com essas características, eles não teriam tamanho para serem competitivos no longo prazo.

Dê o play e assista a entrevista completa no vídeo acima.