A febre em torno da inteligência artificial ganhou contornos de corrida contra o tempo no mundo corporativo. Se antes as empresas ainda avaliavam se deveriam ou não adotar a tecnologia, hoje a pressão é para mostrar resultados concretos e rápidos.

Nesse cenário, a brasileira Pipefy emerge como uma das plataformas que oferece uma solução de orquestração de agentes autônomos de IA, com promessas de ganhos de produtividade que podem chegar a 90%.

Fundada por Alessio Alionço, a companhia já recebeu US$ 150 milhões em aportes de fundos como Softbank e atende mais de 4 mil clientes em 30 países, incluindo nomes de peso como Visa, Itaú, Volvo e Accenture.

“O diferencial da nossa plataforma é ser uma solução end-to-end. O usuário consegue criar fluxos de trabalho completos, sem depender de projetos longos de consultoria ou conhecimento de código”, diz Alionço, em entrevista ao Revolução IA, programa do NeoFeed que tem o apoio do Magalu Cloud.

O foco são empresas que querem digitalizar processos, mas não sabem exatamente onde aplicar a IA ou como fazer isso de forma eficiente. “Esse é o grande desafio. Às vezes, o CEO tem uma operação complexa, com vários processos e várias atividades que ele sabe que tem muita ineficiência, mas ele não sabe exatamente onde que ele gostaria de usar”, afirma Alionço.

No setor financeiro, a Pipefy tem ajudado bancos a automatizarem desde análises de crédito até fluxos de atendimento. Segundo Alionço, um cliente reduziu de dois dias e meio para apenas um dia o tempo médio de concessão de um consórcio, o que, no ano, significou uma economia de mais de 22 mil horas de trabalho. O Itaú, por sua vez, conseguiu cortar pela metade o prazo de análise e fechar mais negócios graças ao ganho de velocidade.

Mais recentemente, para atender clientes que têm receio em compartilhar informações, com medo de vazamentos, a Pipefy desenvolveu uma arquitetura aberta e flexível, capaz de rodar dentro da infraestrutura escolhida pelo próprio cliente — de nuvens a modelos proprietários treinados internamente — garantindo governança, segurança e controle total sobre os dados.

Para o empreendedor, o futuro da inteligência artificial passa pela combinação de múltiplos modelos. Em vez de depender de um único fornecedor para resolver todos os problemas, as empresas deverão orquestrar diferentes soluções, aplicando cada uma de acordo com a complexidade e o risco de cada processo.

Essa abordagem, segundo ele, reduz custos, aumenta a performance e dá mais segurança, ao mesmo tempo em que garante flexibilidade para acompanhar a rápida evolução da tecnologia.

“Como eu me sinto, é como se tivesse inventado energia elétrica e eu pudesse falar que eu era um dos fornecedores que estava fazendo máquina de lavar roupa, torradeira. Estamos diante de uma nova grande onda e a IA será o motor dessa transformação. Muitos players tradicionais de software vão sofrer uma competição enorme de startups. É a nova corrida do ouro.”