O ex-presidente Juscelino Kubitschek ficou conhecido pelo seu plano de metas “50 anos em 5”. A FSB Holding tem uma ambição parecida de crescimento: saltar dos cerca de 500 clientes para 5 mil. O segredo é a velocidade de expansão guiada pela inteligência artificial.

Em entrevista ao Revolução IA, o sócio e CEO Marcos Trindade detalhou como uma das maiores empresas de comunicação e gestão de reputação do Brasil está apostando na tecnologia para escalar serviços, ampliar receitas e atingir R$ 1 bilhão em faturamento até 2027.

“Esse assunto envolve gente, tem sensibilidade interna, tem decisão de investimento. Tem que ter agilidade. Você tem de dar a velocidade interna para não se desconectar da velocidade de mercado. É o CEO ou a liderança capacitada e autorizada para dar esse impulso, por mais que tenha uma pessoa cuidando dessa área”, disse Trindade, ao Revolução IA, programa do NeoFeed que tem apoio do Magalu Cloud.

Trindade decidiu encabeçar a adoção de IA na companhia, algo que recomenda a outros CEOs. O primeiro passo foi montar um laboratório de inteligência artificial, com foco em capacitar seus próprios funcionários. Até o fim deste ano, a meta é treinar 650 profissionais, além de manter toda a liderança em um segundo módulo de formação.

Para acelerar a mudança cultural, a empresa vinculou a remuneração dos líderes ao uso da tecnologia. “Nós mudamos o nosso sistema de bonificação para ter um peso de IA. Ou seja, a pessoa, para receber um bônus efetivo dentro da nossa empresa, tem que ter um peso importante na utilização da IA no seu dia a dia”, afirmouTrindade.

Com alto investimento em agentes, a companhia ainda não teve retorno financeiro da inovação. Porém, o executivo estima que apenas um dos projetos que vem sendo desenvolvido, o Reputation, índice que avalia automaticamente menções na mídia, seja capaz de gerar economia de cerca de R$ 2,5 milhões ao ano.

“A IA, na nossa frente de resultado operacional, está dando resultado financeiro? Ainda não, mas está gerando economia de tempo. A gente está ganhando mais qualidade. Mas é um desafio conseguir resultados de ROI na economia financeira”, afirmou o sócio e CEO da FSB Holding.

Outro projeto em andamento é o Mestra, um modelo de linguagem que consolida décadas de conhecimento interno em gestão de reputação e comunicação. A ideia é escalar serviços que hoje exigem consultoria sob medida, permitindo atender milhares de empresas com custos mais baixos e velocidade maior.

“À medida que a gente cria uma agência de PR, comandada por uma ou duas pessoas, com agentes cuidando daquilo, eu vou poder oferecer esse serviço para 5 mil, 10 mil empresas, que não podem pagar o valor que cobramos. Mas se eu cobrar dele R$ 5 mil, ele vai poder pagar, e eu vou poder fazer um trabalho de comunicação para ele”, afirmou Trindade.

Mesmo com o entusiasmo, Trindade reforça que a tecnologia não substitui o fator humano. “A IA é um superpoder. Ela deve cuidar do que faz mais rápido e melhor, para que nós possamos nos dedicar às coisas que só o ser humano sabe fazer”, complementou.

Para liderar a conversa sobre o uso de inteligência artificial na comunicação e seu impacto na reputação, a FSB promove, no próximo mês, dois eventos próprios, fechados a convidados.

O primeiro, Repcom Brasília, ocorre no dia 1º de outubro, voltado à comunicação pública, enquanto o segundo, o Repcom.IA – Inteligência Artificial, Reputação Real, acontece em São Paulo, no dia 16 de outubro, dedicado ao setor privado.

Esse último irá reunir executivos C-level, líderes de grandes empresas e especialistas globais, como Sol Rashid, a primeira Chief Data & AI Officer do mundo e que liderou as transformações digitais da Estée Lauder, Merck e Sony Music, e Avanish Sahai, executivo com passagem por Oracle, Salesforce e Google Cloud e carreira de 25 anos no Vale do Silício.