A Monte Bravo, assessoria de investimentos com R$ 35 bilhões sob custódia, recebeu a aprovação final do Banco Central para iniciar as atividades como corretora independente. Na nova estrutura, a empresa quer chegar aos R$ 100 bilhões até 2025.

“Agora, somos a corretora Monte Bravo. E essa palavra marca uma nova fase da nossa empresa. É o passo mais importante desses 13 anos de história”, diz Pier Mattei, cofundador e CEO da Monte Bravo, em entrevista exclusiva ao NeoFeed.

A aprovação da corretora Monte Bravo era uma expectativa que Mattei e Filipe Portella renovavam a cada semana. Em fevereiro, o NeoFeed trouxe com exclusividade o aval do BC à empresa.

No dia 3 de outubro, os cofundadores da empresa estiveram no estúdio do NeoFeed para contar como surgiu a empresa e a ideia de transformá-la em uma corretora para a estreia do programa Wealth Point, uma produção original NeoFeed que traz os maiores gestores para falar sobre suas visões dos seus negócios e do mercado.

“É óbvio que são muitas as exigências. Tem muito para você ajustar e fazer com que o Banco Central dê as liberações, para ficar operacional”, contou Portella, no Wealth Point, gravado dias antes dessa autorização da autoridade monetária.

Agora, faltam apenas algumas formalizações, como a aprovação dos riscos pela B3, para poder iniciar a operação, que deverá ocorrer em breve.

“Com a autorização do Banco Central, passamos a ser um dos maiores players do mercado e poder atuar de forma mais estratégica, garantindo a melhor experiência para os clientes, verticalizando soluções”, avalia Mattei.

A principal mudança para a Monte Bravo é que agora ela será dona da sua distribuição, não tendo mais que dividir as receitas com uma corretora a qual está plugada, e também podendo escolher a grade de produtos e serviços.

Esse poder será fundamental, na visão da empresa, para fortalecer sua área de mercado de capitais, podendo colocar na corretora produtos que foram originados e estruturados em casa. Podendo oferecer soluções exclusivas e customização para o público private e alta renda que atendem. O tíquete mínimo para investir na Monte Bravo é de R$ 300 mil.

Hoje, a sua gestora Kilima Asset, com R$ 2 bilhões sob gestão, tem feito estruturações de CRIs e CRAs. A ideia para o futuro é criar um segmento de investment banking.

Outra vantagem é que agora a empresa é livre para contratar outras empresas para realizar serviços necessários para esse atendimento customizado.

“O agente autônomo é um preposto de uma corretora, contratado para prospectar clientes. Agora, como corretora, nós é que vamos contratar corretoras ou outros serviços para atender o cliente”, explica Mattei.

A nova corretora que se forma é no jargão do mercado uma corretora light. Isso porque quem disponibilizará a tecnologia e sistema de operação, e fará a liquidação e custódia dos ativos é a XP, como contratada. Ou seja, o backoffice é feito por uma grande corretora, mas as escolhas de produtos, atuação e serviços são independentes.

A XP é também sócia dessa nova corretora, com 45% de participação acionária. E a Monte Bravo possui 55%.

Essa é a segunda corretora light do mercado. A primeira foi a EQI, que recebeu a autorização em julho deste ano, com R$ 25 bilhões sob custódia.

“Acreditamos que é uma vantagem ter sido uma das primeiras a conseguir. Estamos na vanguarda porque hoje o assessor ficou sendo mais do mesmo”, avalia Mattei. “Está difícil conseguir diferenciais competitivos, mas agora temos o nosso e isso nos põe em vantagem.”