O multi family office Aware Investments está apostando na expansão regional para saltar dos atuais R$ 9 bilhões sob gestão e chegar a R$ 20 bilhões até o fim deste ano. A análise é que há grandes fortunas em capitais, e suas regiões metropolitanas, fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo que não são bem atendidas.
Neste mês, a Aware abre o seu sexto escritório, em Belém, no Pará. Hoje, o multi family office está presente em Cascais (Portugal), Genebra (Suíça), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Blumenau (SC).
A decisão em expandir o negócio para a capital paraense está embasada na percepção de geração de riqueza na região Norte. Segundo dados da Anbima, essa foi a região do Brasil em que o mercado de private banking mais cresceu em, 2023, com 31,33% de expansão. Depois veio o Nordeste (24,35%), seguido do Centro-Oeste (20,69%). O crescimento de Sudeste e Sul foi de 12,8% e 12,6%, respectivamente.
“Já temos alguns clientes em Belém e vimos que há muitas famílias de alto poder aquisitivo que precisam de apoio na gestão patrimonial", conta Alex Silva, sócio da Aware Investments, em entrevista ao NeoFeed. "Temos um ambiente com menos concorrência, pois muitos multi family offices têm se concentrado em São Paulo ou no Rio de Janeiro.”
Criada em 2015 por Silva, José Carlos Mendes e Adriano Milos, três experientes executivos que estiveram anos no antigo banco português Espírito Santo, a Aware atende clientes com pelo menos R$ 10 milhões em patrimônio líquido, e foca bastante na construção de um portfólio de investimentos offshore. Hoje, o grupo detém cerca de 250 famílias.
Para cumprir o plano de mais que dobrar o total sob gestão neste ano, o multi family office vai explorar o interior do Brasil. As próximas inaugurações serão de escritórios em Vitória (ES) e Goiânia (GO).
“Em agosto do ano passado inauguramos em Blumenau e vimos como faz diferença estarmos próximos às famílias. Por isso, este ano estamos focando em expansão”, diz Silva.
A perspectiva otimista com 2024 não está apenas na prospecção de novos clientes, mas também na expectativa com o cenário macroeconômico. É necessário que a rentabilidade das carteiras ganhem um pouco mais de share of wallet saindo de títulos bancários e buscando alternativas.
“Temos em nosso País um cenário muito bem estabelecido no que diz respeito ao ciclo do corte de juros e, salvo riscos sistêmicos como um colapso mundial ou o total descompasso do equilíbrio interno, há um plano de voo para um pouso suave no horizonte. Estou bem otimista com o que vem pela frente”, afirma Silva.