A aceleradora de Multi-Family Offices (MFO) Vita Investimentos fez uma aquisição de uma fatia minoritária na Consist, MFO com atuação em São Paulo, capital e Interior do Estado.
Essa é a 14ª investida da empresa desde 2022 e o seu ecossistema de consultorias já soma R$ 3,5 bilhões. O objetivo é chegar até 2026 com cerca de 35 operações e R$ 30 bilhões sob consultoria.
Fundada em 2020 e comandada por Renato Riga e Alexandre Latuf, a Consist possui cerca de R$ 250 milhões em ativos sob consultoria (AUC), com clientes de patrimônio médio de R$ 7 milhões (sobretudo, empresários) e operações em Sorocaba e São Carlos, além de São Paulo.
“A parceria com a Consist representa mais um passo na missão da Vita de consolidar consultorias independentes em um ambiente de colaboração e inovação tecnológica”, afirma Ricardo Guimarães, sócio da Vita, em entrevista ao NeoFeed.
Para Renato Riga, sócio da Consist, a parceria traz ganhos tecnológicos, diminuindo custos e burocracias, o que amplia o foco no atendimento e coloca a empresa em um ambiente de troca de informações.
“Há uma questão de intercâmbio de melhores práticas, tanto pelo contato com a equipe da própria Vita quanto das demais investidas, o que, por sua vez, resultará em benefícios para o cliente final”, explica.
A Vita é uma aceleradora de Multi-Family Offices oferecendo suporte em tecnologia, inteligência de mercado e desenvolvimento comercial para consultorias independentes, com operações no Brasil e nos Estados Unidos, inspirada na americana Focus Financial Partners.
Na visão da empresa, menos maduro, o mercado de consultoria no Brasil tem mais dificuldade de se desenvolver do que nos Estados Unidos, por não oferecer soluções para se plugar de forma independente. A infraestrutura tecnológica ficou a cargos de bancos e corretoras, que preferem atuar no modelo de assessoria de investimento para ter uma rentabilidade maior e mais controle sobre o cliente.
No entanto, nos últimos anos do pós pandemia, muitas casas apostaram nesse modelo e surgiram diversas consultorias, que hoje percebem que precisam ser grandes e ter estrutura para sobreviver.
“Este mercado está passando por uma grande consolidação. Com os mínimos para ter acesso a produtos e serviços aumentando passa a ser muito importante ser grande em total de AuC. E muitas consultorias que abriram estão buscando se tornar mais robustas”, afirma Nathalie Toquettie, sócia da Vita.
A Vita busca seus parceiros olhando para o valor do capital humano, o potencial das regiões em que estão e como eles se complementam com o restante do seu portfólio. A empresa está entre as principais consolidadoras do mercado de consultoria e pretende chegar a 2026 com um leque entre 35 e 40 operações, que somarão cerca de R$ 30 bilhões.
Juntamente com o suporte em infraestrutura e tecnologia, a empresa quer agora focar no apoio ao crescimento das suas investidas. Por isso, há dois meses, trouxe como sócio Guilherme Galli, que foi diretor do B2B do BTG Pactual e tem passagens anteriores pela XP e pelo Itaú BBA. Ele também vai ajudar a Vita a identificar outras potenciais investidas.
Além desse braço, a Vita conta ainda com seu Multi Family Office próprio, que hoje tem R$ 3,5 bilhões sob consultoria e pretende chegar a R$ 7 bilhões em dois anos.
Para a empresa, a CVM 179, que entrou em vigor neste mês e traz transparência nos custos de distribuição no mercado financeiro, deve, com o tempo, impulsionar o mercado de consultoria, assim como aconteceu nos EUA. Mas a velocidade disso dependerá do quão transparente realmente o mercado se tornar.
“Antes era uma competição injusta do serviço “gratuito” contra o pago. Agora há instrumentos para conversar sobre propostas diferentes. Mas é preciso ver como essa informação vai chegar ao cliente ou se será mascarada como a marcação a mercado" afirma Toquetti. "Mas temos um arcabouço e isso é um avanço.”