Enquanto mantém os investimentos em seus negócios tradicionais, a Petrobras, em paralelo, tem reservado parte do seu tempo e recursos para se posicionar no contexto da transição energética. E, na noite desta quinta-feira, 16 de novembro, deu mais um passo nessa direção.
A estatal brasileira assinou um memorando de entendimentos, em caráter não-vinculante, com a European Energy para avaliar oportunidades de negócios para o desenvolvimento de uma unidade de e-metanol no Brasil.
Solução de baixo carbono e com aplicações em processos industriais ou como combustível, em particular, no transporte marítimo, o e-metanol é produzido por meio da junção do dióxido de carbono com o hidrogênio verde, obtido a partir de fontes renováveis, como a energia solar ou eólica.
No comunicado, a Petrobras ressaltou que o acordo está alinhado ao seu plano estratégico para o período de 2024 a 2028, cujos valores ainda não foram revelados ao mercado. A expectativa é que isso aconteça nos próximos dias.
Se essa cifra ainda não é conhecida, na outra ponta, já há dados e projeções sobre o mercado ainda nascente do e-metanol. Segundo a Business Research Insights, o segmento movimentou globalmente US$ 210 milhões em 2022. E deve gerar US$ 993,2 milhões até 2028, com um crescimento anual composto nesse intervalo de 29,6%.
Com sede na Dinamarca e atuação centrada em projetos de transição energética, a European Energy tem presença em diversos países, incluindo o Brasil, onde possui ativos e iniciativas em desenvolvimento na região Nordeste.
A empresa é um dos nomes que começam a despontar nesse espaço. Entre outros investimentos na área, a European Energy está construindo a maior unidade de produção de e-metanol do mundo. Com capacidade de produzir 32 mil toneladas do insumo por ano, a fábrica será instalada na Dinamarca.
Além do caminho para se associar ao grupo, a Petrobras anunciou outras parcerias recentes sob o viés da transição energética. No fim de setembro, por exemplo, a empresa assinou um protocolo de intenções com a também brasileira Vale nessa direção.
Com duração, a princípio, de dois anos, esse trabalho a quatro mãos vai comportar o desenvolvimento de soluções de baixo carbono, um escopo que irá envolver um leque de projetos ligados a combustíveis sustentáveis, entre eles, o metanol verde, e tecnologias de captura e armazenamento de CO2.