O ano de 2024 começa intenso para Elon Musk. Na semana passada, uma reportagem do The Wall Street Journal afirmou que o empresário dono das empresas Tesla, X e SpaceX faz uso recreativo de substâncias como ketamina e LSD. A publicação despertou questionamentos dos investidores sobre sua capacidade de liderar os negócios.
Nesta semana, Musk escreveu uma postagem no X em que negou que faça uso das substâncias e disse ainda que realiza testes aleatórios. "Depois daquela baforada com Rogan, concordei, a pedido da Nasa, em fazer três anos de testes aleatórios de drogas", escreveu o empresário ao relembrar o episódio em que foi filmado fumando maconha durante o podcast de Joe Rogan, em 2018.
Em meio a essa pressão, Musk deu outra resposta ao mercado. Mas indiretamente e por meio da Tesla. A fabricante de automóveis voltou a crescer nos Estados Unidos. No quarto trimestre de 2023, a companhia vendeu 161,3 mil carros, 23% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
As vendas ajudaram a montadora a aumentar de 3,8% para 4,2% a sua fatia no mercado automotivo americano, segundo dados da consultoria Cox Automotive. A líder do setor é a GM, com 16,5% das vendas, seguida por Toyota (14,4%) e Ford (12,7%). Já montadoras como Volkswagen e Subaru têm apenas 4,1% do mercado.
O dado mais importante, contudo, refere-se à permanência da Tesla na liderança dos carros elétricos. Pressionada por rivais como BYD, Rivian e NIO, além de montadoras tradicionais que também contam com linhas elétricas, a companhia detém 51% de market share nessa categoria nos Estados Unidos.
Para voltar a ganhar mercado, a Tesla tem insistido em uma política de redução de preços de seus modelos. Somente no ano passado, a companhia baixou o preço de seus modelos mais de seis vezes. A versão de entrada do Model 3, que iniciou 2023 sendo vendida por US$ 46.990, agora é comercializada por US$ 38.990.
A Tesla vem colhendo os resultados também na bolsa de valores. As ações da companhia dobraram de valor no último ano, fazendo com que a montadora atingisse valor de mercado de US$ 746 bilhões.
Ao crescer nos Estados Unidos, a Tesla tenta acelerar para alcançar a BYD. Globalmente, a rival chinesa comercializou 3 milhões de veículos no ano passado, contra 1,8 milhão da empresa de Musk.
O mercado americano também é importante na estratégia de longo prazo da empresa de Musk. As vendas de veículos elétricos no país aumentaram 40% no último trimestre ante o mesmo período do ano passado. Foram 317 mil automóveis vendidos entre outubro e dezembro de 2023 e quase 1,2 milhão de unidades comercializadas durante todo o ano.
Ainda assim, vale lembrar que muitas montadoras de carros elétricos vem enfrentando problemas. Pelo menos 18 startups do setor que abriram capital nos Estados Unidos correm o risco de ficam sem recursos até o fim de 2024. Entre elas estão Lordstown, Proterra e Electric Last Mile Solutions.