O índice de preços ao consumidor (CPI) de março nos Estados Unidos acabou de sair e veio bem mais preocupante do que o esperado pelo mercado. O índice subiu 0,4% no mês, ante uma expectativa de 0,3%, dando uma inflação de 3,5% em 12 meses.
A primeira reação está sendo de alta dos yields dos bonds americanos, com os Treasury de 10 anos testando a marca de 4,5%, e queda dos índices futuros de ações, com o S&P 500 caindo 1% e Nasdaq, 1,5%.
A ideia de que a inflação resiliente seria apenas em janeiro e fevereiro se foi e o mercado, agora, já se questiona se haverá de fato três quedas de juros de 50 bps pelo Fed neste ano.
Segundo dados da Bloomberg, os investidores preveem agora cerca de três cortes de 25 pontos base este ano, abaixo dos seis cortes esperados no início do ano.
Numa base de inflação mais “básica”, que exclui os custos mais voláteis dos alimentos e do gás, os preços em março subiram 0,4% em relação ao mês anterior e 3,8% em relação ao ano passado – correspondendo aos dados de fevereiro. Ambas as medidas foram superiores às expectativas dos economistas de um aumento mensal de 0,3% e um ganho anual de 3,7%.
Os custos da gasolina e da habitação, que incluem aluguéis, representaram mais de metade do aumento da inflação. Custos de moradia avançaram 0,4%, e os preços da energia – em grande parte responsáveis pelo aumento da inflação global – continuaram a subir em março, impulsionados pelos preços mais elevados do gás. Ele saltou mais 1,1% no mês passado, depois de subir 2,3% em fevereiro. Na base anual, o índice, o crescimento é 2,1%.
Mas tiveram outros vilões. Os preços do gás subiram 1,7% de fevereiro a março, após avançarem 3,8% no mês anterior. E o seguro de automóvel cresceu 2,6% em março, após um aumento de 0,9% em fevereiro. O índice de vestuário aumentou 0,7% no mês.
Entre outros índices que subiram em março estão cuidados pessoais, educação e mobiliário e operações domésticas. O índice de alimentos aumentou 2,2% em Março, numa comparação anual, com os preços dos alimentos subindo 0,1% de Fevereiro a Março. O índice de alimentação no domicílio manteve-se estável ao longo do mês.