Listada na bolsa de valores de Hong Kong, a L’Occitane vai voltar a operar com uma empresa de capital fechado. A marca francesa de cosméticos informou ao mercado nesta segunda-feira, 29 de abril, que vai realizar uma operação financeira para fechar seu capital.
Os termos da transação incluem o pagamento de HK$ 34 por ação (cerca de US$ 4,34), o que representa um prêmio de aproximadamente 60,83% sobre HK$ 21,14 (US$ 2,70) - a cotação média de fechamento das ações nos últimos 60 pregões.
O empresário austríaco Reinold Geiger, dono do grupo, é o principal acionista do negócio. Dono de uma fortuna estimada em US$ 3 bilhões, ele detinha 72,65% das ações da companhia no fim de março. O restante está dividido entre gestoras e investidores, como a Blackstone.
A operação para fechar o capital da marca francesa deve custar US$ 1,8 bilhão e avalia o negócio em US$ 6,4 bilhões. Na bolsa de valores de Hong Kong, a companhia tem valor de mercado próximo de HK$ 43,4 bilhões (US$ 5,5 bilhões). As ações encerraram as negociações nesta segunda-feira com queda de 3,59%.
Dona de oito marcas e com presença em mais de 90 países, a L’Occitane ainda não divulgou os números do primeiro trimestre deste ano. No período de nove meses encerrado ao fim de dezembro do ano passado, a empresa reportou vendas de US$ 2,1 bilhões.
A companhia vem passando por mudanças frequentes no comando. Geiger renunciou ao cargo em 2021 e foi substituído por Andre J. Hoffman. Em janeiro deste ano, a L’Occitane anunciou que o novo CEO, que assumiria em abril, seria o executivo ex-LVMH Laurent Marteau.
O negócio já vinha sendo especulado há algum tempo. No começo deste mês, uma reportagem da Bloomberg apontava que a Blackstone, que tem mais de US$ 1 trilhão de ativos sob gestão, estava se movimentando para realizar a saída do negócio.
Na época, rumores especulavam que o prêmio a ser pago no valor da ação era menor: em torno de 20%.