Um dia depois de os acionistas da Hess aprovarem a proposta de aquisição de US$ 53 bilhões pela Chevron, duas rivais estão divulgando mais um M&A bilionário e engordando a conta dos mega-acordos no campo do petróleo, na contramão dos discursos que apontam para o declínio do combustível.
A nova grande investida envolve a compra da Marathon Oil pela ConocoPhillips, por US$ 17,1 bilhões. A transação une duas das maiores empresas de petróleo e gás dos Estados Unidos e fortalece a nova operação na disputa com a dupla de gigantes formada pela própria Chevron e a Exxon Mobil.
Os termos do acordo, que inclui US$ 5,4 bilhões em dívidas, envolve troca de ações. O valor proposto pela ConocoPhillips representa um prêmio de 14,7% sobre o preço de fechamento dos papéis da Marathon Oil na terça-feira, 28 de maio, de US$ 26,45.
“A transação aumenta imediatamente o nosso lucro, o fluxo de caixa e o retorno de capital, e vemos um potencial significativo de sinergia”, afirmou Ryan Lance, CEO da ConocoPhillips, em comunicado sobre a transação.
Como parte dessa conta, a companhia informou que espera alcançar um volume total de sinergia de custos e de capital da ordem de US$ 500 milhões no primeiro ano completo após a conclusão do acordo, prevista para o quarto trimestre de 2024.
“A ConocoPhillips é o lar certo para desenvolvermos nosso legado e oferece uma combinação verdadeiramente única de escala adicional, resiliência e durabilidade no longo prazo”, ressaltou, na nota, Lee Tilman, presidente da Marathon Oil.
Entre outras benefícios, a ConocoPhillips ressaltou que, com a aquisição, vai incorporar áreas “altamente complementares” ao seu portfólio onshore nos Estados Unidos, adicionando mais de 2 bilhões de barris com um custo médio estimado de menos de US$ 30 por barril.
Essa não foi a primeira investida da companhia em meio à onda de consolidação do mercado de petróleo e gás. Antes, a ConocoPhillips já tinha sido uma das candidatas à aquisição da Endeavor Energy Resources. Mas acabou sendo superada pela também americana Diamondback Energy.
Em fevereiro desse ano, a Diamondback Energy e a Endeavor Energy Resources anunciaram um acordo para a fusão de suas operações, em um negócio avaliado em US$ 26 bilhões, que incluiu US$ 8 bilhões em dinheiro, dívidas e emissão de ações.
A fusão se juntou a outros grandes M&As recentes no setor. Além da compra da Hess, pela Chevron, por US$ 53 bilhões, anunciada em outubro e sacramentada ontem, esse pacote incluiu, por exemplo, a aquisição da Pioneer Natural Resources, pela Exxon Mobil, em setembro de 2023, por US$ 60 bilhões.
Em outras duas transações, a Occidental Petroleum comprou a CrownRock, em dezembro, por US$ 10,8 bilhões. E, em janeiro desse ano, a Chesapeake Energy anunciou a aquisição da Southwestern Energy, em uma transação avaliada em US$ 4,5 bilhões, criando a maior produtora de gás natural dos Estados Unidos.
Nas bolsas de valores americanas, as ações da ConocoPhillips estavam sendo negociadas com queda de 2,82% por volta das 10h55 (horário local), avaliando a empresa em US$ 135,2 bilhões. Já os papéis da Marathon Oil subiam 9,49%, dando à companhia um valor de mercado de US$ 16,3 bilhões.